- O Ministério da Saúde vai incluir a vacina no Calendário Nacional de Vacinação e disponibilizá-la exclusivamente pelo SUS, com definição de estratégia e públicos prioritários por um comitê na próxima semana; prevêem-se 9 milhões de doses em dois anos, 2025/2027.
- A vacina é 100% nacional, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a WuXi Vaccines, o que viabiliza produção em larga escala para o programa público.
- O Ministério investe mais de R$ 10 bilhões no Butantan, com expansão da estrutura produtiva favorecida pelo Novo PAC Saúde, incluindo a vacina contra a dengue.
- A vacina utiliza vírus vivo atenuado, com eficácia global de 74,7% contra dengue sintomática em pessoas de 12 a 59 anos e 89% de proteção contra formas graves com sinais de alarme.
- No cenário epidemiológico, houve queda de 75% nos casos em 2025 ante 2024; até outubro foram 1,6 milhão de casos prováveis e 1,6 mil óbitos, com maior concentração em São Paulo.
A partir de agora, a dengue no Brasil será combatida com uma vacina 100% nacional, integrada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e incluída no Calendário Nacional de Vacinação. O imunizante, desenvolvido pelo Instituto Butantan, nasce a partir de parceria com a WuXi Vaccines, com apoio do Ministério da Saúde. A estratégia de vacinação será definida por um comitê de especialistas e gestores do SUS, com público-alvo a ser definido pelos resultados de estudo técnico.
O governo já projeta 9 milhões de doses para 2025 e outras 9 milhões para 2027, mantendo o esquema atual de duas aplicações para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. O Butantan acredita que a imunização ampliará a capacidade de produção, ampliando o alcance no território nacional. O Ministério investe mais de R$ 10 bilhões no instituto, incluindo ações de expansão de estrutura pela parceria Novo PAC Saúde com foco produtivo.
Progresso técnico e cooperação
A vacina utiliza vírus vivo atenuado, tecnologia comum em imunizantes globais, com eficácia global de 74,7% contra dengue sintomática em pessoas de 12 a 59 anos. Em casos graves ou com sinais de alarme, a proteção chegou a 89%. A dose única protege contra os quatro sorotipos do vírus, segundo estudo publicado na The Lancet Infectious Diseases.
O registro também se sustenta na cooperação Brasil-China. Em outubro, o ministro Alexandre Padilha visitou a WuXi Vaccines, reforçando transferência de tecnologia e desenvolvimento conjunto para produção em larga escala. A iniciativa é vista como avanço estratégico para a imunização nacional.
Contexto epidemiológico e impactos
Mesmo com queda de 75% nos casos em 2025, o Ministério da Saúde aponta necessidade de manter ações de vigilância contra o Aedes aegypti. Até outubro, foram 1,6 milhão de casos prováveis; o estado com maior concentração é São Paulo, responsável por mais da metade dos casos. Em óbitos, houve redução de 72% no mesmo período, com São Paulo também concentrando a maioria das mortes.