- Em maio de 2025, SBEM, Febrasgo e o Departamento de Cardiologia da Mulher da SBC divulgaram alerta conjunto dizendo que a indicação comprovada da testosterona em mulheres é apenas para o transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH) na pós-menopausa.
- Não existem formulações aprovadas para uso feminino, e muitas pacientes recorrem à testosterona em busca de emagrecimento, mais massa muscular ou vitalidade, sem evidência sólida de benefício.
- Os riscos observados incluem virilização, alterações metabólicas, possível impacto cardiovascular, alterações de humor, lesões hepáticas e efeitos ginecológicos; o uso fora do TDSH é considerado sem respaldo científico.
- A dosagem e o acompanhamento exigem controle rigoroso, pois medir testosterona em mulheres é complexo e depende de métodos laboratoriais variados, com resultados que podem divergir entre técnicas.
- A comunicação sobre hormônios nas redes sociais tem contribuído para desinformação, ressaltando a necessidade de avaliação médica cuidadosa, manejo de expectativas e opções não hormonais para lidar com sintomas do climatério.
A partir de maio de 2025, especialistas anunciaram que a testosterona tem indicação comprovada apenas para o transtorno do desejo sexual hipoativo na pós-menopausa. SBEM, Febrasgo e o Departamento de Cardiologia da Mulher da SBC emitiram alerta conjunto sobre uso fora dessa indicação.
Segundo as entidades, não há formulações aprovadas para uso feminino para fins estéticos, de emagrecimento ou desempenho. O documento destaca riscos e a necessidade de supervisão clínica rigorosa ao indicar a reposição.
O que motivou o alerta
A pressão estética, o marketing digital e o climatério impulsionam busca por terapias de testosterona entre mulheres. Dados atualizados sobre crescimento do consumo não existem, pois não há aprovadas para uso feminino, segundo especialistas.
Contexto científico e limitações
Revisões amplas indicam que a reposição em mulheres com TDSH na pós-menopausa pode melhorar desejo sexual com doses controladas. Fora desse quadro, não há respaldo científico sólido para benefícios estéticos ou cognitivos.
Riscos e monitoramento
Entre os riscos citados estão virilização, alterações metabólicas, alterações hepáticas e efeitos anímicos. O acompanhamento envolve avaliação clínica, exames de sangue repetidos e ajuste de dose, com maior cautela em longos períodos.
Desafios de diagnóstico laboratorial
Medir testosterona em mulheres é complexo: níveis são baixos e variam com ciclo, menopausa e etnia. Diferentes métodos podem gerar resultados não comparáveis, exigindo interpretação cuidadosa pelo médico.
Caminhos alternativos
Especialistas destacam que, além da terapia hormonal, há abordagens não farmacológicas e psicossociais para tratar sintomas do climatério. Educação, sono adequado, atividade física e suporte psicológico são opções relevantes.
Conclusão prática para pacientes
Tratamento hormonal deve ser considerado apenas em casos de TDSH bem definido, com diagnóstico claro e consentimento informado. Medicamentos não aprovados para uso cosmético ou de beleza devem ser evitados, para reduzir riscos à saúde.