- Estudo identifica gatos-do-pescado presentes em 158 subdistritos, representando cerca de 32% do território de Bangladesh.
- Análise de mais de 360 relatos entre 2005 e 2021 aponta 160 mortes de gatos-do-pescado, em 31% dos casos, com reações de ataque/caçada por agricultores.
- Registros de conflitos indicam 395 adultos e 170 filhotes envolvidos; 117 foram soltos na natureza e 34 encaminhados a zoológicos ou abrigos a mais de 20 quilômetros dos locais do conflito.
- O governo anunciou nova lei de controle de crimes contra a vida silvestre para proteger cerca de 250 espécies, incluindo o gato-do-pescado; especialistas ressaltam a importância da aplicação adequada.
- Recomendações de conservação de curto prazo envolvem cercas com rede em fazendas de peixe e pato, iluminação, manejo da vegetação, além de defender ações de longo prazo para preservar habitats úmidos e reduzir conflitos.
A presença de gatos-do-peixe, espécie ameaçada, foi confirmada em 158 subdistritos de Bangladesh, abrangendo cerca de 32% do território do país. A constatação faz parte de estudo recente que analisou mais de 360 relatos da mídia entre 2005 e 2021.
O levantamento aponta que aproximadamente 31% desses relatos descrevem a morte de 160 gatos-do-peixe, na maioria das vezes após perseguição ou captura por produtores de peixe e pato e seus associados. Quase metade dos casos envolveu reação de morte à vista.
Entre os registros, 395 adultos e 170 filhotes estiveram envolvidos em conflitos com pessoas. Destes, 117 animais foram devolvidos à natureza, 34 foram encaminhados a zoológicos ou centros de resgate a mais de 20 quilômetros dos locais de conflito. Em alguns casos, os animais soltos voltaram a aparecer em áreas de ocupação humana.
A pesquisa aponta que muitos incidentes ocorrem em áreas com expansão urbana que invadem habitats naturais, e destaca que a maior parte das ações de controle envolve a morte de animais. O estudo também ressalta a necessidade de ações de manejo que envolvam autoridades locais, a Forest Department e comunidades.
Situação atual
Especialistas ressaltam que, embora haja mensagens de apoio à conservação, há relatos de atropelos aos gatos-do-peixe em vídeos circulando nas redes sociais, com agressões contra animais acusados de ataques a aves e criadouros. A gravidade do problema levou à promulgação de nova legislação brasileira, que amplia a proteção a animais silvestres como o gato-do-peixe e proíbe a divulgação de vídeos de crueldade online.
Caixa de proteção para criadouros de peixes e patos é destacada como medida de curto prazo, com recomendação de cercas protetoras ao redor de viveiros situados junto a corpos d água. A ideia é reduzir entradas do animal, ao mesmo tempo em que se mantêm meios de subsistência para produtores locais.
Recomendações e ações
Pesquisadores defendem o fortalecimento da fiscalização ambiental e a implementação de um programa de reabilitação com retorno à natureza, sempre que possível, para filhotes recuperados. Também defendem o aprimoramento da capacidade operacional da Forest Department e o envolvimento de voluntários comunitários para agilizar resgates.
Os especialistas destacam a necessidade de estratégias de longo prazo que identifiquem hotspots de conflito e preservem habitats alagados que sustentam a população de gatos-do-peixe. A cooperação entre órgãos públicos e comunidades locais é apresentada como fundamental para mudanças de percepção e proteção da espécie.
Fontes citadas incluem estudos publicados em 2025 em revistas de ecologia e conservação, com autorias de Muntasir Akash, Rezaul Karim Chowdhury e outros pesquisadores que acompanharam incidentes, resgates e estratégias de manejo no Bangladesh. Credita-se aos trabalhos para embasar as informações apresentadas neste relatório.
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