- Em 2025 houve um surto recorde de polvo comum na costa sul da Inglaterra, com cerca de 233 mil polvos capturados, aproximadamente 13 vezes mais do que o previsto.
- Os avistamentos ficaram mais frequentes em águas rasas, com vídeos de “caminhada” no fundo e aglomerações de polvos, o que não é comum na região.
- O fenômeno foi associado a inverno pouco rigoroso seguido de primavera excepcionalmente quente, favorecendo a sobrevivência de larvas.
- Registros inéditos incluem Capellinia fustifera em Yorkshire e um Blenniidae variável próximo a Sussex.
- Há possibilidade de segundo bloom em 2026, mas os especialistas dizem que é improvável; o último grande surto ocorreu em mil novecentos e cinquenta.
O ano de 2025 ficou marcado por um surto inédito de polvos ao longo da costa sul da Inglaterra. O fenômeno ocorreu durante a primavera e o verão, com abundância excepcional de juvenis adultos, ampliando a presença da espécie comum no litoral britânico. A causa atribuída envolve condições climáticas amenas e um início de temporada de reprodução intenso.
Dados fornecidos por organizações ambientais indicam que o total capturado pelo pesca local chegou a cerca de 233 mil exemplares, cerca de 13 vezes mais que o esperado. Pesquisadores apontam que o fenômeno ocorreu de Penzance, em Cornwall, até o sul de Devon, incluindo áreas de águas rasas onde os animais passaram a ser avistados com maior frequência.
Capellinia fustifera foi registrada pela primeira vez em Yorkshire, enquanto um Blenniidae, espécie de peixe, foi encontrado próximo a Sussex. Além disso, vídeo de mergulhadores mostrou polvos reunidos em grupos e até mesmo em deslocamento de caminhadas pelo fundo, comportamento incomum para a espécie.
Avanços e contextos
Matt Slater, assessor de conservação marinha da Cornwall Wildlife Trust, descreveu que a escala da captura superou em muito a média histórica. Ele destacou que o boom pode ter sido favorecido pela sobrevivência de larvas durante o inverno ameno e pela primavera quente, aumentando a taxa de sobrevivência.
O registro mais próximo de um surto desta magnitude remete a 1950, com dados da Marine Biological Association. A última vez que o fenômeno ocorreu com tamanho alcance foi no início do século XX, reforçando o caráter excepcional do episódio.
A possibilidade de um segundo boom em 2026 foi mencionada, mas considerada improvável com base em padrões passados. Ainda assim, especialistas ressaltam que o oceano continua a apresentar variações inesperadas e que o cenário pode mudar.
Outros registros e impactos
Além dos polvos, observações de fauna em mayo mostraram números recordes de focas cinzentas em Cumbria e de papagaios-marinhos em Skomer, ilha próxima à Costa de Gales. O conjunto de avistamentos reforça a diversidade da vida marinha na região.
Relatórios de programas de ciência cidadã, como o Shoresearch, indicaram a primeira aparição de Capellinia fustifera em Yorkshire, uma lesma marinha de apenas 12 mm. Também houve a primeira confirmação de uma gegenseitante blenniidae de origem mediterrânea ao sul de Sussex.
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