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Canais em plantações de palma de óleo em turfa geram metano, aponta estudo

Estudo aponta que canais de drenagem em turfeiras de palma de óleo em Sarawak respondem por até 10% das emissões de gases de efeito estufa por hectare, cobrindo menos de 4% da área

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
Tropical peatland clearance in Riau, Indonesia. Image by Rhett A. Butler/Mongabay.
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  • Em aterros de drenagem em plantações de oil palm em Sarawak, na Birmânia, a água nas valetas libera metano; estudo aponta até 10% das emissões de gases de efeito estufa por hectare, apesar das valetas terem menos de 4% da área total.
  • Além do metano, as valetas também emitem CO₂, contribuindo para o balanço de carbono das áreas drenadas.
  • Os pesquisadores mediram CO₂, metano e óxido nitroso em duas plantações de peat bog drenadas, com fotos de drone para quantificar a área alagada; os dados reforçam a importância de considerar as valetas nas contas climáticas.
  • O estudo, publicado em Scientific Reports em 23 de outubro, destaca a diferença entre fluxos difusivos de metano e fluxos ebulitivos (bolhas súbitas), que dificultam modelagens e podem subestimar as emissões.
  • Conclusão: há necessidade de mais dados e pesquisas para entender o equilíbrio entre emissões e custos ambientais da drenagem de peatlands; soluções como controlar o nível de água e o material orgânico nas valetas ainda são desafiadoras.

Em Sarawak, no estado malaio de Borneo, dossiês de água dos canais de drenagem em plantações de palma-m[1] são fonte de metano. O estudo recente aponta que estas valas podem responder por até 10% das emissões de gases de efeito estufa por hectare, apesar de cobrirem menos de 4% da área plantada.

Kuno Kasak, professor de tecnologia ambiental na Universidade de Tartu, liderou a pesquisa. A equipe mediu concentrações de metano, CO₂ e óxido nitroso em duas plantacoes de óleo de palma e usou drones para mapear áreas alagadas. Resultados foram publicados em Scientific Reports.

Os resultados revelam que o metano é emitido tanto pela difusão contínua quanto por fluxos ebulitivos, ocorrendo em rajadas imprevisíveis. A combinação dessas vias eleva a incerteza nas estimativas quando se expande o alcance para o nível de paisagem.

Também ficou claro que os canais não são únicos produtores de metano: o CO₂ também é liberado conforme o peat sofre secagem, aumentando as emissões em geral. O efeito total depende de temperatura, química da água e disponibilidade de material orgânico.

Os pesquisadores destacam que estimativas anteriores subestimaram a contribuição dos canais de drenagem, ignorados em muitos balanços globais de carbono. O estudo reforça a necessidade de dados mais robustos para calibrar modelos climáticos.

Chris Evans, biólogo britânico de geociências, comenta que a transferência de emissões de peat para a rede de canais complica a compreensão do orçamento de carbono. Evans não participou do estudo, mas apoia a necessidade de dados adicionais.

Entre as implicações, a equipe recomenda aprofundar pesquisas com monitoramento de longo prazo, cobrindo diferentes estações e condições. A ideia é esclarecer como mudanças na gestão de água influenciam as emissões.

A produção de metano em canais de drenagem persiste mesmo em plantações mais antigas, segundo Kasak. Soluções como ajustar os níveis de água ou limitar o acúmulo de matéria orgânica precisam ser avaliadas com cuidado, equilibrando produtividade.

O estudo conclui que as valas drenadas são fontes persistentes de gases de efeito estufa e devem constar em inventários de carbono e modelos climáticos. Mais dados são essenciais para entender o impacto total dessas emissões.

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