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Calor extremo afeta 6 milhões de brasileiros por cinco meses em 2024; confira o mapa

Em 2024, mais de 6 milhões de brasileiros enfrentaram calor extremo por 150 dias. O Pará foi o estado mais afetado, com Melgaço liderando em dias de calor extremo. O Brasil registrou 6,6 milhões de casos de dengue, um recorde histórico. A seca severa e incêndios devastaram mais de 30 milhões de hectares no país. Especialistas alertam que o calor extremo agrava desigualdades sociais e de saúde.

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Cidades tiveram período de mais de 150 dias com temperaturas extremas nunca antes vistas (Foto: José Fernando Ogura/AEN)

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Em 2024, mais de 6 milhões de brasileiros enfrentaram pelo menos 150 dias de calor extremo, em um ano considerado o mais quente da história da Terra. Todas as cidades do país registraram ao menos um dia com temperaturas máximas extremas, sendo o Pará a região mais afetada, com Melgaço e Belém liderando em dias sob estresse térmico. Um levantamento do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden), realizado com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelou que 111 cidades tiveram mais de cinco meses de calor intenso, com temperaturas frequentemente acima de 40°C.

Os dados indicam que o calor extremo está associado a uma série de problemas ambientais e de saúde. O Brasil enfrentou a pior seca de sua história, afetando a Amazônia e resultando em mais de 30 milhões de hectares queimados. Além disso, o país registrou um recorde de 6,6 milhões de casos de dengue, com o calor favorecendo a proliferação do mosquito transmissor. A pesquisa também revelou que quase 60 mortes foram atribuídas ao calor intenso nos últimos 14 anos, embora especialistas acreditem que esse número seja subnotificado.

A análise das temperaturas extremas revelou que a região Norte foi a mais impactada, com 46 cidades no Pará enfrentando estresse térmico extremo. O Nordeste também sofreu com o aumento das temperaturas, especialmente no Ceará, onde a temperatura média aumentou em 1,8°C nos últimos 60 anos. No Sudeste, 13 cidades registraram calor extremo, enquanto no Centro-Oeste, nove cidades enfrentaram condições semelhantes. O Sul teve um impacto menor, mas também registrou temperaturas elevadas.

Os especialistas alertam que o calor intenso não é apenas um problema ambiental, mas também de saúde pública. A pesquisadora da Fiocruz, Sandra Hacon, destaca que as altas temperaturas expõem desigualdades sociais, afetando mais intensamente as populações vulneráveis. O calor pode levar a problemas de saúde como náuseas e tonturas, e a falta de infraestrutura em algumas cidades agrava a situação. A necessidade de políticas de saúde que considerem o impacto das mudanças climáticas é urgente, pois o calor extremo já se tornou uma realidade constante no Brasil.

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