10 de fev 2025
Frio extremo persiste, mas perde intensidade com o aquecimento global
Em dezembro de 2023, a China enfrentou frio extremo, causando crises energéticas e agrícolas. Estudo liderado por Qian Cheng revela que eventos de frio estão menos intensos. O frio de 2023 foi 22% menos intenso devido ao aquecimento global. Sem a interferência humana, a chance de frio extremo seria 92,5% menor. Mesmo com neutralidade de carbono, eventos de frio extremo ainda ocorrerão.
Foto:Reprodução
Ouvir a notícia:
Frio extremo persiste, mas perde intensidade com o aquecimento global
Ouvir a notícia
Frio extremo persiste, mas perde intensidade com o aquecimento global - Frio extremo persiste, mas perde intensidade com o aquecimento global
Em dezembro de 2023, a China enfrentou um frio extremo que resultou em falta de energia, paralisações de transporte e perda de plantações. Este evento climático ocorreu em um ano que já havia sido o mais quente registrado na superfície terrestre, uma marca que deve ser superada em 2024. Apesar do aumento da temperatura média global, eventos de frio extremo continuarão a ocorrer, embora com menor intensidade devido ao aquecimento global.
Um estudo publicado na revista Climate and Atmospheric Science, liderado pelo professor Qian Cheng, analisou a relação entre eventos de frio extremo e calor na Europa e América do Norte. A pesquisa concluiu que as mudanças climáticas induzidas por ações humanas têm reduzido a intensidade desses eventos. Qian afirmou que "as mudanças climáticas reduziram a intensidade de eventos de frio extremo", destacando que o frio extremo na China teve 83% de sua intensidade causado por anomalias na circulação atmosférica, mas foi 22% menos intenso do que poderia ser devido ao aquecimento global.
Os pesquisadores simularam cenários climáticos e descobriram que, sem a interferência humana, a probabilidade de um evento como a onda de frio de 2023 seria 92,5% menor em comparação com a era pré-industrial. Além disso, a intensidade desses eventos seria 1,9°C menor. Se as emissões de gases de efeito estufa forem mantidas em níveis intermediários, eventos extremos poderiam ser 95% menos frequentes e ter uma temperatura 2°C menor.
A pesquisa também analisou o clima em anos futuros, como 2035, 2050 e 2090, em um cenário de neutralização de carbono, limitando o aquecimento global a 2°C/1,5°C. Mesmo com a neutralidade de carbono, eventos de frio extremo ainda poderão ocorrer. Qian ressaltou que, "mesmo se atingirmos a neutralidade de carbono, extremos de frio comparáveis aos eventos atuais ainda podem ocorrer". Portanto, mesmo com o cumprimento das metas do Acordo de Paris, os países devem permanecer vigilantes em relação a mudanças repentinas de temperatura e eventos extremos.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.