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Exploração descontrolada de poços subterrâneos compromete recursos hídricos no Brasil

Estudo da USP revela que mais da metade dos rios brasileiros perde água para o subsolo. 61% dos rios da Bacia do São Francisco e 74% da do Verde Grande estão em risco. Exploração excessiva de poços pode causar afundamento do solo e colapso de infraestrutura. Fatores como desmatamento e urbanização agravam a situação da água no Brasil. Recomendações incluem gestão integrada das águas e monitoramento constante dos poços.

Povoado na Bacia do São Francisco: rio ameaçado com perda de vazão (Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo)

Povoado na Bacia do São Francisco: rio ameaçado com perda de vazão (Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo)

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A abundância de recursos hídricos no Brasil pode dar a falsa impressão de que a água é um recurso infinito, mas um estudo da USP e pesquisadores americanos, publicado na revista Nature Communications, revela que mais da metade dos rios brasileiros está perdendo água para o subsolo. Essa situação compromete a vazão dos rios, colocando em risco o abastecimento das cidades e o equilíbrio dos ecossistemas. A exploração descontrolada das águas subterrâneas pode resultar em afundamento do solo, colapsos de superfícies e surgimento de crateras.

A pesquisa analisou quase dezoito mil poços artesianos em todo o país, constatando que 55,4% deles têm níveis de água subterrânea abaixo da superfície do riacho mais próximo. Isso indica que a água dos rios está se infiltrando no subsolo, o que pode levar ao esgotamento progressivo dos recursos hídricos. Embora a infiltração seja um processo natural que ajuda a recarregar os reservatórios subterrâneos, a exploração excessiva pode reduzir a vazão dos rios, especialmente em áreas afetadas por desmatamento e compactação do solo.

O estudo destaca que o problema dos “rios perdedores” já é uma realidade no Brasil, com 61% dos rios da Bacia do São Francisco em risco de perda de vazão. Na Bacia do Verde Grande, esse percentual sobe para 74%. A região do Matopiba, onde a agricultura irrigada se expandiu, também enfrenta uma situação crítica, aumentando a pressão sobre os recursos hídricos. Os cientistas recomendam que as autoridades integrem a gestão das águas superficiais e subterrâneas, além de monitorar constantemente os poços e os níveis dos rios.

A utilização de poços é essencial para a agricultura e a segurança alimentar no Brasil, mas é crucial manter um equilíbrio para não prejudicar a vazão dos rios. Um sistema regular de monitoramento é necessário para garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos. Além disso, as secas extremas, exacerbadas pelas mudanças climáticas, como as observadas em 2024 no Amazonas, podem agravar ainda mais a situação. A combinação do aquecimento global com a superexploração das águas subterrâneas pode levar a consequências desastrosas.

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