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18 de fev 2025

Calor extremo em São Paulo revela desigualdade climática entre bairros da cidade

Estudo da USP revela diferença de até 10,1°C entre bairros de São Paulo. Ondas de calor intensificam desigualdade urbana, afetando áreas periféricas. Pesquisadores destacam influência de infraestrutura e áreas verdes na temperatura. Efeito ilha de calor é mais intenso em bairros como Tucuruvi e Penha. Legislação sobre mudanças climáticas carece de monitoramento e eficácia prática.

Foto:Reprodução

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Nesta segunda-feira, a temperatura no Butantã, Zona Oeste de São Paulo, atingiu 40°C às 14h, enquanto no Ipiranga a máxima foi de 33°C. Esse contraste térmico revela uma nova forma de desigualdade na cidade, com um levantamento mostrando que, nos últimos dez anos, a diferença média entre os bairros mais quentes e mais frios é de 4,2°C, podendo chegar a 10,1°C em dias extremos. Em áreas rurais, como Parelheiros e Marsilac, essa diferença é ainda maior, com um recorde de 14,8°C registrado em 1º de janeiro de 2021.

A geógrafa Milena Pires de Sousa, da USP, destaca que essa disparidade não é apenas resultado de fatores naturais, mas também de questões de infraestrutura e políticas públicas, como a distribuição de áreas verdes e a presença de parques. Ela explica que construções com fachadas espelhadas e prédios altos contribuem para a formação de ilhas de calor, dificultando a circulação do ar próximo ao solo. Um estudo recente da Universidade de Barcelona confirmou que, em pequenas distâncias, a temperatura pode variar até 5°C.

Pesquisadores da USP, Pedro Almeida e Flávia Ribeiro, analisaram dados do Centro de Gerenciamento de Emergências e identificaram que bairros periféricos, como Tucuruvi e Penha, além de áreas centrais como Pinheiros e Vila Mariana, são os mais afetados pelo efeito ilha de calor. Eles ressaltam que a combinação de uso urbano e a escassez de áreas verdes intensifica esse fenômeno, destacando a relação entre desenvolvimento urbano e mudanças climáticas.

Milena Sousa também critica a legislação municipal sobre mudanças climáticas, que, apesar de ser um avanço, apresenta falhas na implementação e monitoramento. Ela aponta que o Plano Diretor não reflete adequadamente a necessidade de restrições para construções mais altas, o que agrava a situação das ilhas de calor e a desigualdade social na cidade.

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