Brasil se prepara para a COP30 com 13 metas ambientais e foco em financiamento climático

Faltam apenas oito meses para o Brasil se tornar o centro das decisões climáticas globais, com a 30ª Conferência do Clima marcada para novembro em Belém. Especialistas acreditam que ainda é possível cumprir o Acordo de Paris e limitar o aumento da temperatura a 1,5°C. O embaixador Andréa Correa do Lago, presidente da COP 30, participou de uma reunião na ONU, destacando a importância de ouvir os principais atores para garantir que o evento atenda aos objetivos propostos. Ele expressou otimismo sobre o impacto positivo da conferência, apesar da complexidade do cenário atual.

O Governo do Pará estabeleceu 13 metas ambientais em preparação para a COP30, que incluem a destinação de 20.000 hectares para restauração florestal até a conferência e 100.000 hectares até 2026. As metas visam transformar o estado em um líder global em discussões ambientais, promovendo uma economia verde e incentivando práticas de conservação entre pequenos produtores. O governo também planeja investir R$ 2 bilhões na transição econômica e no combate ao desmatamento ilegal, utilizando um sistema de REDD+ para financiamento.

Em discurso na Assembleia Geral da ONU, Corrêa do Lago enfatizou que a COP30 deve marcar uma transição das negociações para a ação concreta, com foco no financiamento climático para países em desenvolvimento. Ele destacou a estratégia "Baku a Belém Roadmap to 1.3T", que visa mobilizar trilhões de dólares para apoiar nações vulneráveis. O embaixador também ressaltou a urgência de implementar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) do Acordo de Paris, transformando compromissos em ações reais.

A COP30 será a primeira conferência do clima realizada na Amazônia, buscando reverter a imagem da região como símbolo de desmatamento. Corrêa do Lago defendeu a necessidade de um multilateralismo forte e justiça climática, afirmando que a cooperação internacional é essencial para um futuro sustentável. A conferência reunirá líderes globais, cientistas e ativistas para discutir soluções para a crise climática, com a expectativa de que o Brasil assuma um papel de liderança nas agendas de biodiversidade e clima.