08 de mar 2025

Mudança no comportamento dos ursos polares indica riscos crescentes de extinção
Estudo revela que filhotes de ursos polares saem de tocas uma semana mais cedo. Saída antecipada aumenta vulnerabilidade dos filhotes ao ambiente gelado. Aquecimento global e mudanças no gelo marinho impactam comportamento da espécie. A espécie é classificada como "vulnerável à extinção" pela IUCN. Monitoramento contínuo é crucial para entender e proteger os ursos polares.
Foto:Reprodução
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Uma pesquisa publicada na revista científica Journal of Wildlife Management revelou que filhotes de ursos-polares estão saindo de suas tocas mais cedo no Ártico, possivelmente devido ao aquecimento global. Em Svalbard, Noruega, a saída dos filhotes ocorre em média em 9 de março, enquanto em 1978-1979, essa data era entre 17 e 18 de março. O estudo destaca que essa mudança pode comprometer a sobrevivência dos filhotes, que precisam de mais tempo para se desenvolver antes de enfrentar o ambiente hostil.
Os pesquisadores alertam que o abandono antecipado das tocas pode aumentar a vulnerabilidade dos filhotes, que não estarão suficientemente preparados para as condições adversas. Laura Reisfeld, veterinária-chefe do Aquário de São Paulo, enfatiza que as mães podem sair antes que os filhotes estejam prontos, elevando a taxa de mortalidade. A espécie é considerada em risco vulnerável à extinção pela IUCN, e a saída precoce pode dificultar a adaptação ao ambiente marinho.
O estudo utilizou câmeras remotas para monitorar as famílias de ursos polares, revelando que as tocas são difíceis de estudar devido ao clima e à localização. As câmeras capturaram imagens das saídas das tocas, permitindo uma análise detalhada do comportamento dos ursos. Os filhotes, que nascem pesando apenas 600 g, dependem das tocas para se aquecer e se desenvolver, e a permanência prolongada na toca está associada a uma maior taxa de sobrevivência.
Com o aquecimento do Mar de Barents, uma das regiões que mais aquece no planeta, a pesquisa sugere que a saída antecipada das tocas pode ser uma resposta às mudanças climáticas. O monitoramento contínuo é essencial para entender melhor esses comportamentos e proteger os ursos polares durante esse período crítico de suas vidas. A pesquisa destaca a importância de um melhor entendimento do comportamento de desova para a conservação da espécie diante das crescentes ameaças ambientais.
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