27 de mar 2025
Mudanças climáticas intensificam chuvas que causaram 16 mortes em Bahía Blanca, Argentina
Bahía Blanca enfrenta sua pior inundação em décadas, com 300 mm de chuva em um dia, resultando em 16 mortes e 400 milhões em perdas.
Um homem se encontra fora de sua casa, em Bahía Blanca, Argentina, no dia 7 de março de 2025. (Foto: Juan Sebastian Lobos/AP)
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Em 7 de março, a cidade de Bahía Blanca, na Argentina, enfrentou um evento climático extremo, com 300 milímetros de chuva em apenas um dia, quase a metade da precipitação anual média. Este fenômeno causou inundações que afetaram mais de 300 mil pessoas, resultando em 16 mortes e 1.400 deslocados, além de prejuízos estimados em 400 milhões de dólares. O evento foi classificado como o mais intenso desde 1956, segundo um estudo do grupo World Weather Attribution (WWA), que investiga a relação entre mudanças climáticas e eventos extremos.
Os pesquisadores analisaram dados de precipitação de várias províncias argentinas e identificaram que uma massa de ar quente e úmida, proveniente da Amazônia, se encontrou com um frente fria da Patagônia, resultando em chuvas intensas. Juan Rivera, do Instituto Argentino de Nivologia, Glaciologia e Ciências Ambientais, destacou que as altas temperaturas e a umidade na região desde dezembro contribuíram para a formação das chuvas torrenciais. O estudo sugere que, sem o aquecimento global de 1,3 °C desde a era industrial, um evento como este seria "praticamente impossível".
Embora o WWA tenha encontrado um aumento na intensidade das chuvas entre 7% e 30%, a relação direta com o aquecimento global não foi conclusiva devido a divergências nos dados meteorológicos. Além disso, os solos já estavam saturados após um aguaceiro anterior, o que agravou a situação. A cidade havia recebido 80 milímetros de chuva em 28 de fevereiro, tornando os solos incapazes de absorver mais água.
A eficácia dos sistemas de alerta também foi questionada. O Serviço Meteorológico Nacional emitiu alertas de diferentes níveis nos dias que antecederam a tempestade, mas a falta de coordenação com serviços de saúde e educação foi apontada como uma falha. Karina Izquierdo, da Cruz Vermelha, enfatizou a necessidade de reforçar esses sistemas, especialmente em um contexto de cortes orçamentários sob o governo de Javier Milei.
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