Aquecimento na Antártida aumenta em 0,12ºC por década e gera preocupações globais

A Antártida enfrenta um aumento de temperatura de 0,12ºC por década nos últimos 40 anos, conforme revelam estudos da Administração Meteorológica da China (CMA). A pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (28) pela CCTV, destaca os impactos globais desse fenômeno e a urgência de um monitoramento mais intenso.

Os cientistas da CMA analisaram dados atualizados e identificaram que as áreas mais afetadas estão na Península Antártica e na região centro-oriental do continente. A Antártida desempenha um papel vital como "condensador de ar-condicionado" do planeta, essencial para a estabilidade climática da Terra. O aumento das temperaturas no Oceano Antártico, impulsionado por atividades humanas, tem perturbado esse equilíbrio.

Entre os efeitos do aquecimento, o relatório aponta o derretimento das plataformas de gelo, a redução da massa das camadas de gelo e a elevação do nível dos oceanos. Além disso, a CMA alerta para possíveis alterações nos padrões de circulação atmosférica global se essa tendência não for contida.

Desafios na Pesquisa

Um dos principais desafios enfrentados pelos pesquisadores é a cobertura limitada de estações meteorológicas na Antártida, que estão desigualmente distribuídas e, em sua maioria, próximas à costa. Isso dificulta a coleta de dados relevantes do interior do continente. Apesar das limitações, os cientistas já observaram mudanças na biodiversidade local e alterações no clima global.

O diretor do Instituto de Mudanças Globais e Meteorologia Polar da Academia Chinesa de Ciências Meteorológicas, Ding Minghu, enfatizou que, embora existam alguns benefícios do aquecimento, os efeitos negativos superam amplamente os positivos. A CMA reforça a necessidade de um monitoramento mais rigoroso das transformações na Antártida, cuja dinâmica influencia diretamente o clima global.