25 de jun 2025

Pico de fogo revela avanço da savanização na Amazônia e suas consequências
Queimadas no Brasil em 2024 atingem recorde histórico, com 30 milhões de hectares afetados, alarmando especialistas sobre os impactos ambientais.

Foto: Reprodução
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Em 2024, o Brasil registrou 30 milhões de hectares queimados, conforme o Relatório Anual do Fogo (RAF) do MapBiomas, lançado em 24 de setembro. Este número representa um aumento de 62% em relação à média histórica, com a Amazônia sendo a mais afetada, com 15,6 milhões de hectares queimados, um recorde desde 1985.
Os dados revelam que 29% do total queimado foi resultado de mega eventos, onde mais de 100 mil hectares foram afetados. Historicamente, as queimadas ocorriam em áreas menores, de 10 a 250 hectares. Além da Amazônia, outros biomas como Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica também sofreram aumentos significativos nas áreas queimadas.
Mudanças na Dinâmica das Queimadas
A Amazônia, vital para o equilíbrio ecológico global, teve 6,7 milhões de hectares de florestas atingidos, marcando uma mudança qualitativa nas queimadas. Felipe Martenexen, coordenador de mapeamento do bioma Amazônia do MapBiomas, destaca que a combinação de vegetação inflamável e baixa umidade, agravada por secas severas, criou condições propícias para a propagação do fogo.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) também apontou um aumento de 91% no desmatamento em maio, relacionado às queimadas. João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, alertou que a degradação da floresta está mudando, com a Amazônia enfrentando um novo perfil de risco devido às mudanças climáticas.
Impactos em Outros Biomas
A Mata Atlântica foi o bioma com o maior aumento percentual, com 1,2 milhão de hectares queimados, 261% acima da média histórica. No Pantanal, o aumento foi de 157%, totalizando 2,2 milhões de hectares queimados, enquanto o Cerrado teve 10,6 milhões de hectares afetados, representando 35% do total queimado no país.
Por outro lado, Pampa e Caatinga foram os únicos biomas que apresentaram queda na área queimada em 2024. O MapBiomas também lançou a Coleção 4 de mapas de cicatrizes de fogo, revelando que 24% do território nacional queimou pelo menos uma vez entre 1985 e 2024, totalizando 206 milhões de hectares afetados pelo fogo em quatro décadas.
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