Prática de sexo ao ar livre se espalha pelo Rio; conheça o Mirante do Pasmado

A repercussão do “surubão” da Pedra do Arpoador, ocorrido na virada do réveillon de 2025, revelou um submundo da sexualidade carioca, destacando a prática do dogging, que envolve sexo em público com desconhecidos. Essa atividade atrai pessoas de diversas classes sociais e orientações sexuais, com pontos de encontro em locais como Botafogo, Aterro do Flamengo e a Praia da Reserva. O Mirante do Pasmado, em Botafogo, é um exemplo, onde frequentadores buscam privacidade e um ambiente seguro para a prática.

Os horários das atividades costumam ser alternativos, especialmente entre 22h e 6h, para preservar a discrição dos participantes. Um frequentador, que preferiu não se identificar, afirmou que a prática existe no Rio há pelo menos 30 anos e é motivada por fetiches, como o desejo de ser observado. Os participantes utilizam códigos para se aproximar e interagir, com mulheres frequentemente vestindo saias ou vestidos, e regras específicas para a participação de outros.

Na Praia da Reserva, outro ponto de encontro é um deck onde homens assistem a relações sexuais entre outros homens, muitas vezes após saídas de casas de swing. Alguns buscam a adrenalina de praticar em locais de maior risco, como o Aterro do Flamengo, onde o perigo de assaltos não é um impedimento. Um frequentador mencionou que a transgressão e a excitação do ato proibido são parte do apelo.

Após a viralização de um vídeo mostrando a orgia no Arpoador, a 14ª DP (Leblon) iniciou uma investigação para identificar os envolvidos. A prática de atos obscenos em locais públicos é crime, conforme o artigo 233 do Código Penal Brasileiro, podendo resultar em detenção de três meses a um ano. A Guarda Municipal do Rio informou que realiza patrulhamento para coibir essas práticas, conduzindo suspeitos à delegacia em casos de flagrante.