23 de jan 2025

Musaranhos eurasianos encolhem cérebro em até 30% para sobreviver no inverno
Musaranhos eurasianos conseguem encolher a cabeça em até 30% no inverno. O fenômeno, chamado "Delhnel", é inédito e afeta órgãos vitais. Redução de massa cerebral pode impactar a função cognitiva dos animais. Mudanças sazonais ajudam na sobrevivência em condições de escassez alimentar. Observações semelhantes foram feitas em outras subfamílias de musaranhos.
Foto:Reprodução
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Um estudo recente revelou que os musaranhos eurasianos (Sorex araneus), pequenos mamíferos encontrados na Europa, têm a capacidade de encolher a cabeça em até 30% durante o inverno. Essa adaptação, que inclui a redução do cérebro e de outros órgãos, é uma estratégia para sobreviver em períodos de escassez alimentar. Pesquisadores observaram que, em 2017, musaranhos capturados na Alemanha apresentaram uma diminuição significativa no tamanho do crânio e na massa corporal durante os meses frios.
A pesquisa, publicada na revista Current Biology, indicou que a massa cerebral dos musaranhos pode cair entre 20% e 30% no inverno. Além do cérebro, órgãos como pulmões e coração também diminuem de tamanho. Javier Lazaro, um dos autores do estudo e pesquisador do Instituto Max Planck, explicou que, na primavera, os musaranhos recuperam rapidamente suas dimensões originais, com a cavidade craniana voltando ao volume normal no verão.
A hipótese dos cientistas sugere que as mudanças sazonais são responsáveis por essa adaptação. Com um metabolismo acelerado, a redução da massa corporal no inverno ajuda os musaranhos a economizar energia, evitando a necessidade de buscar alimento em um ambiente menos favorável. Ao contrário de muitos animais, eles não migram para regiões mais quentes nem hibernam.
Esse fenômeno, denominado "Delhnel", foi nomeado em homenagem ao primeiro cientista que o observou e é inédito entre mamíferos. Embora não se saiba quantas espécies compartilham essa habilidade, o fenômeno foi registrado em outras subfamílias de musaranhos, como os de-dentes-vermelhos e o musaranho-pigmeu. A pesquisa ainda não esclareceu se essa redução cerebral afeta a cognição dos animais durante o inverno.
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