Chloe Clem reflete sobre a fama viral e os desafios da infância exposta nas redes sociais

Em 2013, Chloe Clem se tornou um fenômeno da internet após sua mãe publicar um vídeo no YouTube intitulado “Lily's Disneyland Surprise... AGAIN!”, que já acumula mais de 24 milhões de visualizações. O vídeo captura a reação de Chloe e sua irmã a uma surpresa na Disney, e desde então, o meme de seu rosto se tornou uma forma popular de expressar ceticismo ou indiferença. Agora com 14 anos, Chloe reflete sobre sua infância viral, enquanto sua mãe, Katie Clem, expressa arrependimento por ter exposto a filha tão jovem, afirmando: “Sinto uma culpa terrível”.

A fama trouxe benefícios financeiros significativos para a família, permitindo que economizassem para a educação de Chloe e melhorassem sua qualidade de vida. Katie e seu marido, David, conseguiram monetizar a imagem da filha, fechando contratos com grandes marcas e até vendendo a imagem como um token não fungível (NFT) por cerca de US$ 74 mil. Apesar do sucesso, Katie reconhece que a exposição excessiva teve um impacto negativo, levando-a a repensar a privacidade das crianças na era digital.

Estudos sobre sharenting, termo que se refere à prática de compartilhar imagens de crianças nas redes sociais, indicam que muitos pais agem de forma egoísta, priorizando a visibilidade em detrimento do bem-estar dos filhos. Icíar Casado Fernández, psicóloga, alerta que essa exposição pode gerar problemas de identidade e autoestima nas crianças. Katie, que publicou apenas dois vídeos desde 2021, admite que a pressão para criar conteúdo afetou suas filhas, levando-a a encerrar essa fase.

Atualmente, Chloe mantém uma conta no Instagram com mais de 626 mil seguidores, onde compartilha momentos de sua vida, sob a supervisão da mãe. Ela vê os vídeos antigos como um “arquivo da sua infância”, e embora não se sinta famosa, reconhece que “muita coisa ainda acontece por causa do meu meme”. A história de Chloe é um exemplo de como a viralidade pode impactar a vida das crianças, levantando questões sobre a ética da exposição infantil nas redes sociais.