09 de fev 2025

A história do telégrafo de janelinhas que conectou São Paulo e Santos
O primeiro telégrafo de São Paulo funcionou entre 1822 e 1828, conectando a capital a Santos. O sistema de janelinhas, criado por Francisco António Ciera, usava três janelas para codificar mensagens. Jorge Cintra, do Museu Paulista, reconstituiu a história e localizou seis postos de retransmissão. A transmissão das mensagens variava de uma hora e meia a dias, dependendo do clima. Sistemas semelhantes existiram em outros estados até a substituição por telégrafos em 1852.
Foto:Reprodução
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O primeiro telégrafo do estado de São Paulo, que funcionou entre 1822 e 1828, estabeleceu a comunicação entre a capital e Santos. Este telégrafo, do tipo janelinhas, foi inventado pelo cartógrafo português Francisco António Ciera e utilizava três janelas que podiam ser abertas ou fechadas para representar letras e números. O especialista em cartografia histórica, Jorge Cintra, do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP), investigou documentos e vestígios arqueológicos, identificando os seis postos de retransmissão, com o primeiro localizado no Monte Serrat, em Santos, e o último no Pátio do Colégio, em São Paulo.
Os operadores em Santos e São Paulo eram responsáveis por codificar e decifrar as mensagens, enquanto intermediários retransmitiam as informações. “Se o tempo estivesse bom, a transmissão levava uma hora e meia, mas se estivesse nublado poderia demorar dias,” explica Cintra. Este sistema de telégrafo janelinhas foi um marco na comunicação da época, permitindo a troca de informações entre as duas cidades.
Sistemas semelhantes foram implementados em outros estados brasileiros, como Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão e Santa Catarina, até serem substituídos pela rede de telégrafos a partir de 1852. A pesquisa de Cintra destaca a importância histórica desse meio de comunicação, que precedeu a eletricidade e foi fundamental para a integração das regiões.
Essas informações foram publicadas nos Anais do Museu Paulista e na revista Pesquisa FAPESP, ressaltando a relevância do telégrafo na história das comunicações no Brasil.
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