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Descoberta revela que europeus da Idade da Pedra navegaram até a África pelo Mediterrâneo

Estudo genômico revela que populações do Magrebe oriental têm ancestrais europeus. Caçadores coletores podem ter navegado pelo Mediterrâneo há mais de 8.000 anos. Pesquisa destaca a falta de atenção à história agrícola da África do Norte. Ancestralidade local persistiu em Tunisia e Argélia após chegada de agricultores. Resultados sugerem resistência a práticas agrícolas e intercâmbio cultural significativo.

Pessoas da Idade da Pedra podem ter cruzado o Mediterrâneo em canoas de madeira, navegando de ilha em ilha à vista. (Foto: Sheila Terry/Science Photo Library)

Pessoas da Idade da Pedra podem ter cruzado o Mediterrâneo em canoas de madeira, navegando de ilha em ilha à vista. (Foto: Sheila Terry/Science Photo Library)

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Pesquisadores revelaram que pessoas da Idade da Pedra podem ter cruzado o Mediterrâneo em canoas de madeira, navegando entre ilhas. Um estudo genômico inédito sobre populações antigas da região do Magrebe oriental, que abrange a atual Tunísia e o nordeste da Argélia, sugere que esses caçadores-coletores, que viveram há mais de 8 mil anos, eram parcialmente descendentes de caçadores-coletores europeus. A descoberta, publicada em 12 de março na revista Nature, fornece a primeira evidência direta de navegação trans-Mediterrânea nesse período, embora achados arqueológicos já indicassem intercâmbio cultural entre caçadores-coletores da Europa e da África do Norte.

O estudo, co-liderado por David Reich, geneticista populacional da Harvard Medical School, envolveu a sequenciação do DNA de nove indivíduos de sítios arqueológicos do Magrebe oriental, que viveram entre 6 mil e mais de 10 mil anos atrás. Os resultados mostraram que esses indivíduos carregavam ancestralidade local de caçadores-coletores, semelhante à de populações antigas do Marrocos. No entanto, ao contrário dos caçadores-coletores do Magrebe ocidental, cuja ancestralidade foi em grande parte substituída por agricultores europeus, a ancestralidade local na Tunísia e na Argélia persistiu mesmo após a chegada de agricultores da Europa e do Oriente Médio.

Os dados indicam que as populações do Magrebe oriental continuaram a caçar animais locais e a coletar plantas selvagens, mesmo enquanto cultivavam ovelhas, cabras e gado importados. A agricultura na região só se desenvolveu significativamente mais tarde. Um achado notável foi o genoma de um homem de um sítio tunisiano chamado Djebba, que revelou que cerca de 6% de seu DNA era rastreável a caçadores-coletores europeus, indicando que seus ancestrais magrebinos se misturaram com europeus há aproximadamente 8.500 anos.

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