23 de mar 2025
Fóssil de Taung revela origem humana na África e transforma a evolução conhecida
Um século após a descoberta do menino de Taung, a evolução humana ganha nova perspectiva. A rejeição inicial de Raymond Dart se transforma em aceitação científica.
Hoje sabemos que o 'elo perdido' entre seres humanos e macacos tinha 3 ou 4 anos quando morreu atacado por uma águia. (Foto: Science Photo Library)
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Um artigo publicado há um século sobre um fóssil de uma criatura que viveu há mais de 2 milhões de anos revolucionou a compreensão da evolução humana. O autor, Raymond Dart, recebeu os fósseis de um macaco bípede, conhecido como o "menino de Taung", no dia do casamento de um amigo. Apesar de estar prestes a ser padrinho, Dart não resistiu à tentação de examinar as caixas que continham os fósseis, que foram descobertos em uma pedreira na África do Sul. Ao analisar o material, ele identificou um crânio infantil que apresentava características únicas, sugerindo uma ligação entre humanos e macacos.
Dart, professor de anatomia na Universidade de Witwatersrand, fez uma dedução ousada ao afirmar que o menino de Taung era um elo perdido na evolução humana. Ele observou que a criatura possuía traços que a diferenciavam de outros fósseis conhecidos, como o homem de Java e o homem de Pequim, que eram considerados ancestrais humanos. Sua teoria, no entanto, enfrentou resistência significativa da comunidade científica, que a considerou inaceitável e ridicularizou suas ideias, chamando os artefatos encontrados de "Dartefatos".
Apesar da rejeição inicial, a importância da descoberta de Dart foi reconhecida ao longo do tempo. A aceitação de suas ideias sobre a evolução humana começou a mudar com novas descobertas de fósseis na África, incluindo o famoso esqueleto de Lucy em 1974. O menino de Taung, que foi atacado por uma águia e morreu aos três ou quatro anos, acabou se tornando um marco na paleoantropologia. Em 1984, a revista Science reconheceu a descoberta de Dart como uma das 20 mais influentes do século XX.
O sítio arqueológico onde o crânio foi encontrado é agora parte do Berço da Humanidade, um Patrimônio Mundial da Unesco desde 2005. Dart, que faleceu em 1988, viu suas teorias inicialmente contestadas se tornarem amplamente aceitas, confirmando a relevância de sua pesquisa na compreensão da evolução humana.
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