27 de mar 2025
Astronomia babilônica: a primeira grande descoberta científica da humanidade
A astronomia babilônica, uma das primeiras ciências organizadas, influenciou a medição do tempo e a astronomia moderna. Descubra como.
A base da astronomia babilônica foi mantida em um livro chamado MUL.APIN, que significa 'A Estrela do Arado'. (Foto: mikroman6/Moment/Getty Images)
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As sociedades ao longo da história desenvolveram formas de compreender a natureza com base em suas experiências. Agricultores, por exemplo, precisam entender as estações e o clima para o cultivo, enquanto caçadores estudam o comportamento dos animais. No entanto, essa compreensão prática não é equivalente à ciência, que envolve um conhecimento mais sistemático e formal, utilizando observações e experimentos para formular teorias que são documentadas e compartilhadas. Nesse contexto, a astronomia babilônica é considerada uma das primeiras manifestações científicas, destacando-se pela meticulosidade dos escribas que registravam e previam os movimentos celestes.
Os babilônios, que habitaram a região do atual Iraque entre 2.500 e 4.000 anos atrás, observavam o céu para determinar o tempo e organizar suas atividades. Calendários eram baseados nas fases da Lua e no ciclo anual da Terra em torno do Sol. Além disso, a astronomia babilônica estava ligada a eventos terrestres, onde mudanças nos movimentos planetários eram interpretadas como presságios. O livro Enūma Anu Enlil catalogava esses presságios, permitindo que os escribas buscassem padrões entre os fenômenos celestes e os acontecimentos na Terra.
A base da astronomia babilônica foi consolidada no texto MUL.APIN, que documentava as posições das estrelas e os períodos de visibilidade dos planetas. Os escribas também mantinham Diários Astronômicos, que continham registros detalhados das posições celestes e eventos terrestres, como clima e preços de grãos. Essa prática de observação e registro é fundamental para a ciência, e os Diários foram mantidos por mais de 700 anos, tornando-se um dos projetos científicos mais duradouros da história.
Os babilônios conseguiram prever eventos astronômicos, desenvolvendo um sistema matemático que culminou na criação de tabelas chamadas efemérides. Essas tabelas indicavam quando os eventos celestes ocorreriam, permitindo previsões precisas. O legado da astronomia babilônica influenciou astrônomos posteriores, incluindo os gregos, e suas contribuições ainda são visíveis hoje, como no sistema de contagem do tempo, onde uma hora tem 60 minutos e um minuto tem 60 segundos, herança direta do sistema sexagesimal babilônico.
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