Bombeiros realizam mais de 70 resgates diários de animais silvestres no Rio de Janeiro

Os animais silvestres estão cada vez mais aparecendo em áreas urbanas, como evidenciado por recentes incidentes em São Fidélis e no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. Na última quarta-feira, um filhote de jacaré-de-papo-amarelo foi encontrado na porta de uma farmácia, enquanto um porco-espinho foi avistado em um apartamento no dia seguinte. Uma jiboia também foi resgatada em um comércio local, e uma capivara foi encontrada em uma garagem na Barra da Tijuca. Todos os animais foram devolvidos ao seu habitat natural pelos bombeiros.

Um levantamento do Corpo de Bombeiros revelou que, entre 1º de janeiro e 20 de março de 2024, 5.761 animais foram resgatados, representando uma média de 72 chamados por dia. Este número é 15% maior do que o registrado no mesmo período do ano anterior. A capital fluminense lidera os resgates, com 3.224 animais encontrados fora de seu habitat, sendo as cobras as mais frequentes, totalizando 1.346 resgates.

O biólogo Del Nero aponta que a destruição de habitats naturais, como queimadas e construções, pode ser uma das causas do aumento desses encontros. Ele explica que a invasão humana em áreas verdes força os animais a buscarem novos locais, muitas vezes em busca de alimento. Os bairros de Jacarepaguá e Campo Grande são os que mais registraram resgates em 2025, com 245 e 229 animais, respectivamente.

O major Fábio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros, recomenda que a população não tente capturar animais silvestres e que, ao encontrá-los, deve ligar para o número 193. Ele ressalta a importância de manter distância, pois os animais podem estar doentes ou se sentir ameaçados. Os resgates são realizados por equipes especializadas, e os animais saudáveis são reintroduzidos em seu habitat, enquanto os feridos são levados para centros de reabilitação.