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Avanço do cultivo de soja ameaça ecossistema e turismo em Bonito, MS

Desmatamento avança em Bonito (MS), comprometendo ecoturismo e qualidade da água; multas por irregularidades foram suspensas.

Rio Bonito, procurado por turistas pela água cristalina, tem ficado turvo em épocas de chuvas. (Foto: Divulgação/Fundação Neotrópica)

Rio Bonito, procurado por turistas pela água cristalina, tem ficado turvo em épocas de chuvas. (Foto: Divulgação/Fundação Neotrópica)

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O avanço do cultivo de soja em Bonito (MS) tem causado sérios danos ao meio ambiente e ao ecoturismo local. Entre 2019 e 2023, 5.600 hectares foram desmatados, elevando a área destinada ao plantio de soja para 7% da bacia do Rio Miranda. Os dados foram divulgados por instituições como SOS Pantanal e MapBiomas.

Desde 1985, a devastação em Bonito alcançou 90 mil hectares, o que equivale a 126 mil campos de futebol. O desmatamento compromete a qualidade da água e a biodiversidade, afetando diretamente o ecoturismo, que representa 60% do PIB local, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Práticas inadequadas, como a instalação de drenos para secar nascentes, têm contribuído para a contaminação dos rios. O Ministério Público aplicou multas de R$ 16,8 milhões por irregularidades, mas as punições foram suspensas pelo desembargador Alexandre Bastos, que alegou que os valores eram desmedidos.

O biólogo Guilherme Dalponti, da Fundação Neotrópica do Brasil, destacou que a degradação tem alterado a qualidade dos rios, que antes eram cristalinos. "O Rio Mimoso, por exemplo, agora apresenta trechos turvos durante as chuvas," afirmou. Ele também mencionou que a abertura de drenos tem causado assoreamento e contaminação do lençol freático.

Em 2020, Bonito foi o município com a maior área da Mata Atlântica devastada, totalizando 416 hectares. Em 2022, a presença de agrotóxicos nos rios foi registrada pela primeira vez. As organizações ambientais sugerem um Zoneamento Ecológico-Econômico para proteger as áreas essenciais ao turismo e à biodiversidade.

As autoridades locais, incluindo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul e a Secretaria de Meio Ambiente de Bonito, não se manifestaram sobre a situação.

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