Impressão digital antiga revela que neandertais criaram obras de arte

Descoberta Arqueológica Revela Arte dos Neanderthais

Cientistas na Espanha anunciaram a descoberta da mais antiga impressão digital humana completa em uma pedra, que sugere que os Neanderthais poderiam ter criado arte intencionalmente há 43.000 anos. A rocha foi encontrada no abrigo rochoso de San Lázaro, em Segovia.

Acredita-se que um Neanderthal tenha mergulhado o dedo em pigmento vermelho para pintar um nariz em uma pedra. A posição estratégica do ponto vermelho levou os pesquisadores a considerá-lo uma evidência do comportamento simbólico dos Neanderthais, indicando sua capacidade de pensar de forma abstrata. A coautora do estudo, María de Andrés-Herrero, destacou que a escavação começou há cinco anos, e a pedra foi descoberta abaixo de 1,5 metros de sedimentos.

Os cientistas inicialmente ficaram surpresos com a descoberta, pois a pedra era maior que as demais encontradas no local. Após confirmar que o ponto era feito de pigmento, a equipe contatou a polícia científica da Espanha para auxiliar na análise. O estudo revelou que a impressão digital pertencia a um adulto do sexo masculino, embora a falta de referências comparativas dificulte a certeza.

Importância da Descoberta

O arqueólogo David Álvarez Alonso, coautor do estudo, afirmou que a pedra é o mais antigo objeto portátil pintado na Europa e o único objeto de arte portátil conhecido dos Neanderthais. De Andrés-Herrero ressaltou que a descoberta representa uma contribuição significativa para o debate sobre a capacidade simbólica dos Neanderthais, sendo o primeiro objeto marcado por pigmento em um contexto arqueológico.

Além disso, a impressão digital foi encontrada em um contexto não utilitário, sugerindo que o ponto na pedra tinha um propósito artístico. Os pesquisadores acreditam que o Neanderthal escolheu a pedra por suas fissuras e fez a marca de forma intencional. A análise revelou que o pigmento vermelho não existia naturalmente no abrigo, reforçando a ideia de que foi trazido intencionalmente para o local.

Os resultados foram publicados na revista Archaeological and Anthropological Sciences, onde os pesquisadores descreveram a pedra como um símbolo visual que pode ser considerado uma peça de arte portátil em determinados contextos.