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Bibliotecas comunitárias promovem leitura nas favelas do Rio de Janeiro

Jovens transformam espaços abandonados em bibliotecas no Rio de Janeiro, enquanto cidade planeja nova grande biblioteca pública.

Jessé Andarilho no bairro de Santa Cruz, Rio de Janeiro, em 17 de junho. (Foto: Leonardo Carrato)

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Iniciativas Comunitárias em Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro enfrenta uma crônica falta de bibliotecas públicas, com apenas 19 unidades para mais de seis milhões de habitantes. Diante dessa realidade, jovens como Jessé Andarilho e Ellen Ferreira estão transformando espaços abandonados em bibliotecas, promovendo a leitura e a cultura local.

Jessé, que começou sua trajetória escrevendo em um celular durante longos trajetos de trem, agora lidera o Instituto Marginow, uma biblioteca comunitária na favela de Antares. O espaço não apenas empresta livros, mas também organiza eventos culturais, como teatro e poesia. Ele destaca a importância da leitura em sua vida e como isso impactou sua comunidade: “Uma mãe correu atrás da filha, dizendo que ela estava castigada por ir à biblioteca. Isso mostra o quanto a leitura se tornou valiosa”, afirma.

O Papel da Educação

Ellen Ferreira, pedagoga da favela de Providência, encontrou na leitura uma forma de enfrentar a violência cotidiana. Durante os frequentes apagões causados por tiroteios, ela lia para suas filhas, o que a levou a criar a Biblioteca do Erê. Junto com suas gêmeas, Helena e Eduarda, elas fundaram o perfil Pretinhas Leitoras nas redes sociais, promovendo a literatura negra e alcançando mais de 67 mil seguidores.

Flávio Ribeiro, que também atua na Providência, começou sua biblioteca com livros ganhos em um concurso de redação. Com cerca de 2.000 exemplares, ele adota um sistema de autoatendimento, onde os leitores registram os livros que levam. “Acredito que, mesmo que alguns livros não voltem, isso é um sinal positivo”, diz Ribeiro, que sonha em expandir seu espaço.

Apoio Governamental

O secretário de Cultura do Rio, Lucas Padilha, reconhece a necessidade de mais bibliotecas públicas, considerando o número atual "ridículo". Ele sugere que o foco deve ser em apoiar iniciativas comunitárias já existentes, em vez de construir novas bibliotecas. A cidade busca valorizar essas iniciativas como parte do legado do ano em que foi Capital Mundial do Livro.

O projeto da Biblioteca do Saber, uma grande biblioteca do século XXI, será revelado no final do ano e promete ser um marco na promoção da leitura na cidade. Com a participação do arquiteto Diébédo Francis Keré, vencedor do Prêmio Pritzker, a expectativa é que esse espaço se torne um centro cultural vibrante e acessível para todos.

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