A assinatura de um novo contrato de distribuição de cervejas entre o Sistema Coca-Cola e a Cervejaria Paraense (Cerpa) gerou preocupações na Heineken. A subsidiária brasileira da cervejaria holandesa notificou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre os riscos concorrenciais que o acordo pode provocar, especialmente em relação à possibilidade de colusão entre a […]
A assinatura de um novo contrato de distribuição de cervejas entre o Sistema Coca-Cola e a Cervejaria Paraense (Cerpa) gerou preocupações na Heineken. A subsidiária brasileira da cervejaria holandesa notificou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre os riscos concorrenciais que o acordo pode provocar, especialmente em relação à possibilidade de colusão entre a Cerpa e outras marcas, como Estrella Galicia e Therezópolis. A Cerpa, que busca expandir suas vendas, contratou o Sistema Coca-Cola para distribuir suas marcas, o que pode afetar a competitividade no mercado.
A Heineken argumentou que o contrato poderia resultar em compartilhamento indevido de informações sensíveis, prejudicando sua capacidade de competir. A empresa destacou que a relação entre as partes envolvidas é intensa e que a operação deve ter uma governança estruturada para evitar cooperação indevida. Os advogados da Heineken enfatizaram que a rivalidade com a Ambev é crucial para manter um ambiente competitivo no setor de cervejas, que já é dominado por poucos players.
O Cade, no entanto, não aceitou os argumentos da Heineken, afirmando que a preocupação expressa era comercial e não justificava a intervenção do órgão. Em nota técnica, o Cade ressaltou que a operação pode ser pró-competitiva, permitindo que a Cerpa amplie sua presença no mercado, o que poderia aumentar a concorrência em relação aos produtos da Heineken. O órgão aprovou o acordo sem restrições, considerando que a Cerpa poderia se beneficiar da infraestrutura do Sistema Coca-Cola.
A relação entre Heineken e o Sistema Coca-Cola é marcada por conflitos. Em 2017, a Heineken adquiriu a Brasil Kirin e buscou rescindir contratos de distribuição com a Coca-Cola, mas o tribunal arbitral decidiu pela manutenção do contrato até 2022. Em 2020, a Coca-Cola contestou a compra da Brasil Kirin, acusando a Heineken de manobras fraudulentas. Após um acordo em 2021, as marcas Heineken e Amstel passaram a ser distribuídas pela própria Heineken, enquanto outras cervejas ficaram com o Sistema Coca-Cola.
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