- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, impactando a economia do Brasil.
- A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) expressou preocupação com a perda de empregos e investimentos.
- O comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos é considerado complementar, com saldo comercial de US$ 29,2 bilhões em 2024.
- Setores como o plástico e o calçadista alertaram que a tarifa pode inviabilizar operações e desestimular investimentos.
- A Amcham Brasil pediu diálogo entre os governos para mitigar os impactos negativos, enquanto a Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu a intensificação das negociações.
A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos enfrenta um novo desafio. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, uma decisão que pode impactar severamente a economia brasileira. A medida, divulgada nesta quarta-feira (9), gerou preocupação na Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), que alertou para os riscos de perda de empregos e investimentos.
A Amcham Brasil expressou sua profunda preocupação em nota, destacando que a tarifa pode prejudicar as cadeias produtivas entre os dois países. A entidade enfatizou que o comércio bilateral é historicamente complementar, trazendo benefícios mútuos. O saldo comercial entre Brasil e EUA foi de US$ 29,2 bilhões em 2024, com exportações brasileiras para os EUA totalizando cerca de US$ 40 bilhões.
Impactos Econômicos
Diversos setores já sentem os efeitos do anúncio. A Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) alertou que a tarifa pode inviabilizar operações, afetando toda a cadeia produtiva. O presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz, afirmou que a situação pode desestimular investimentos e comprometer a credibilidade do Brasil como parceiro comercial.
O setor calçadista também manifestou preocupação. Haroldo Ferreira, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), descreveu a tarifa como um “grande balde de água fria” para a recuperação do mercado, especialmente após um crescimento de 40% nas exportações para os EUA no primeiro semestre.
Chamado ao Diálogo
A Amcham Brasil pediu um diálogo construtivo entre os governos dos EUA e do Brasil para mitigar os impactos negativos. A entidade, que representa mais de 3.500 empresas, defende que uma solução negociada deve ser baseada em racionalidade, previsibilidade e estabilidade. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também se posicionou, afirmando que não há justificativa econômica para a tarifa e defendendo a intensificação das negociações.
A nova tarifa, que entrará em vigor em 1º de agosto, pode afetar o PIB do Brasil em até 0,4%, segundo estimativas. O economista-chefe do Goldman Sachs, Alberto Ramos, sugere que a pressão dos exportadores pode levar o governo brasileiro a buscar um diálogo para reduzir as tensões comerciais.