Tarifa dos EUA ameaça mais de 618 mil empregos no Brasil em dez anos
Estudo revela que tarifas dos Estados Unidos podem levar à perda de mais de 600 mil empregos e queda significativa no PIB brasileiro
Produção de madeira é um dos setores mais impactados pelo tarifaço (na foto, a Randa Portas, empresa no Paraná que anunciou férias coletivas e paralisou metade da produção) (Foto: Leonardo Doro da Luz)
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BRASÍLIA — O tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode resultar na perda de 618 mil empregos no Brasil ao longo de dez anos, segundo um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A medida, que estabelece tarifas de até 50% sobre diversas exportações brasileiras, impacta diretamente setores como siderurgia, calçados e produtos de madeira.
O estudo aponta que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode sofrer uma queda de 0,22% no curto prazo, equivalente a R$ 25,8 bilhões, e uma perda de 0,94% no longo prazo, totalizando R$ 110 bilhões. Os efeitos negativos se estendem a mais de 146 mil postos de trabalho no curto prazo, com o número de empregos ameaçados ultrapassando 618 mil em um período mais longo.
Setores Atingidos
Os setores mais afetados incluem a siderurgia, com uma queda de 8,11% no faturamento, e a fabricação de calçados, que pode ver uma redução de 3,07%. O economista-chefe da Fiemg, João Gabriel Pio, destaca que a taxação impacta mais a indústria, que exporta produtos com maior valor agregado e transformação.
Empresas já estão sentindo os efeitos. A Taurus, fabricante de armas, decidiu transferir sua linha de montagem para os Estados Unidos, enquanto a Randa, produtora de madeira, concedeu férias coletivas e paralisou parte da produção.
Medidas do Governo
Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um pacote de socorro às empresas afetadas, que inclui uma linha de crédito de R$ 30 bilhões. O objetivo é financiar as companhias prejudicadas e incentivar a diversificação das exportações, reduzindo a dependência do mercado americano.
O autor do estudo ressalta que, embora o pacote possa ajudar, é crucial intensificar as negociações com os Estados Unidos para a redução das tarifas. Ele alerta que empresas que dependem fortemente do mercado americano podem enfrentar sérias dificuldades, destacando a importância de não negligenciar um mercado com grande poder de consumo.
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