- Na noite de quinta-feira (20), a BHP apresentou uma oferta para comprar a Anglo American com prêmio sobre o preço das ações, mas a proposta foi retirada três dias depois.
- A Anglo American rejeitou a oferta, mantendo em andamento a fusão com a Teck Resources, avaliada em US$ 60 bilhões, com votação prevista para 9 de dezembro.
- A tentativa da BHP visava impedir a conclusão do acordo Anglo American-Teck, foco no cobre, metal considerado estratégico para governos.
- A manobra ocorreu após a Anglo reduzir ativos não relacionados ao cobre e simplificar negócios, o que influenciou a avaliação da BHP.
- A reação do mercado foi de ceticismo sobre a viabilidade da proposta e sobre o valor pago, com analistas questionando seu impacto estratégico.
Na noite de quinta-feira, 20, a BHP apresentou uma oferta para adquirir a Anglo American, oferecendo ações com prêmio sobre o preço de mercado. A proposta visava impedir a conclusão do acordo entre a Anglo e a Teck Resources, avaliado em US$ 60 bilhões. Três dias depois, a oferta foi retirada.
A Anglo American rejeitou a proposta da BHP e manteve o caminho definido com a Teck. O acordo Anglo-Teck permanece sob votação marcada para 9 de dezembro. A BHP, que já vinha buscando a Anglo há meses, avaliou que a combinação com a Teck criaria sinergias significativas em minas de cobre.
Detalhes da operação e reação do mercado
A oferta, apresentada por uma equipe liderada pelo CEO da BHP, Mike Henry, e pela diretora de Desenvolvimento, Catherine Raw, era principalmente composta por ações, com uma participação em dinheiro. A avaliação interna apontou as ações da Anglo em pouco mais de £ 30, frente ao fechamento próximo de £ 27,36 na véspera.
Executivos de ambas as companhias não comentaram publicamente as negociações. A BHP informou aos acionistas da Anglo sobre a abordagem, enquanto a Anglo avisou a Teck sobre o desenvolvimento. O evento ocorre em um contexto de recente foco da Anglo em concentrar-se no cobre e desinvestir ativos de platina na África do Sul.
Contexto e próximos passos
A decisão de retirada ocorreu pouco após a divulgação pública pela Bloomberg News, que citou fontes familiares com o caso. A BHP sinalizava que, caso não avançasse com o interesse da Anglo, interromperia as tratativas para evitar um processo longo e incerto. Analistas destacam que o ambiente de mercado para cobre está volátil e com perspectiva de oferta restrita nos próximos anos.
De qualquer modo, a Anglo continua com a parceria com a Teck, enquanto a BHP reforça seu foco em crescimento orgânico no cobre, com projetos na Austrália, Argentina e a expansão da Escondida, no Chile. A votação do acordo Anglo-Teck segue em 9 de dezembro.