- A produção de petróleo do Brasil caiu cerca de 8% em novembro, para 3,696 milhões de barris por dia, segundo cálculos da Bloomberg com base em dados preliminares da ANP.
- A queda ocorreu após recordes em outubro e interrupções em plataformas offshore, como o campo de Búzios.
- Parte da produção afetada já voltou a operar, com cerca de 20% do recorte de novembro recuperado até o fim da semana anterior.
- As informações da ANP podem sofrer revisões, e especialistas apontam que plataformas de grande porte aumentam a sensibilidade a oscilações.
- Em nível global, a Opep projeta equilíbrio ou expansão da oferta para 2026, com a AIE estimando excedente mundial ainda em alta.
A produção de petróleo do Brasil voltou a crescer após interrupções que retiraram mais de 300 mil barris por dia do mercado em novembro. O recuo ocorreu em meio a paralisações de plataformas offshore, com Búzios entre os pontos mais impactados.
Segundo cálculos da Bloomberg com base em números preliminares da ANP, a produção média caiu cerca de 8% em novembro, para 3,696 milhões de barris por dia. O período anterior registrou recorde histórico, intensificando a volatilidade do segmento no país.
Parte da produção afetada já voltou a operar, com aproximadamente 20% da queda de novembro recuperada até o fim da semana anterior, conforme dados mais recentes da ANP. As revisões de dados pela agência continuam em curso.
Contexto global
As perspectivas globais permanecem de equilíbrio ou expansão da oferta para 2026 após previsões de crescimento. O grupo liderado pela Arábia Saudita, que reúne as principais potências do setor, sinalizou aumento de volumes no início do próximo ano.
A Agência Internacional de Energia aponta que a oferta mundial pode superar a demanda em 3,815 milhões de bpd em 2026, ainda que tenha revisado para baixo suas estimativas de excedente. O cenário sugere resiliência gradual da oferta global, apesar das interrupções brasileiras.
Implicação para o Brasil
Especialistas destacam que o uso de *superplataformas*, com capacidade acima de 200 mil bpd, aumenta a sensibilidade da produção brasileira a conflitos operacionais. O ajuste recente é temporário e não deve alterar a tendência de alta de longo prazo.
Entre as plataformas impactadas, Búzios figura entre os campos offshore que pesaram na atualidade. A ANP ainda pode divulgar novas revisões dos dados de novembro, que seguem sob avaliação.
Perspectivas
Analistas apontam que o retorno de parte da produção é um sinal positivo para a recuperação do ritmo de oferta. Desafios operacionais no curto prazo podem continuar, mas a direção é de recuperação gradual. A atuação da ANP permanece fundamental para atualizar os números oficiais.
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