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Crise na imprensa italiana após venda de La Repubblica e La Stampa

Venda de La Repubblica e La Stampa ao grupo Antenna pode reconfigurar o jornalismo italiano, ameaçando empregos, linha editorial e pluralismo

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
John Elkann, en un acto en Turín el pasado 3 de octubre.
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  • O grupo GEDI está prestes a vender La Repubblica e La Stampa ao grupo Antenna, dirigido por Theodore Kyriakou, com um pré-acordo de compra de 140 milhões de euros; se concretizado, seriam os primeiros jornais do grupo no país.
  • Kyriakou afirma não ter interesse em La Stampa, que poderia ser vendida a outro comprador; ainda não está claro a quem.
  • Trabalhadores solicitam garantia social para manter empregos, linha editorial e não revenda rápida; negociação estendida até o fim de janeiro, com governo apoiando a causa.
  • A venda provoca temores de mudança de linha editorial e de influência externa, incluindo desde rumores sobre Sky Italia até a possível participação de atores não europeus; a embaixada russa reagiu ao assunto.
  • O caso tem forte significado simbólico para Turim e a região, que veem La Stampa como patrimônio histórico; crescem as mobilizações dos trabalhadores e a oposição política ao governo.

El mapa mediático italiano passa por um choque: a venda potencial de dois diários históricos, La Repubblica e La Stampa, que ocupam o segundo e o terceiro lugares em circulação no país, após o Corriere della Sera. Os jornais são as principais vozes progressistas de oposição ao governo de Giorgia Meloni.

O GEDI, grupo proprietário, está em negociação com o grupo Antenna, controlado pelo empresário grego Theodore Kyriakou. Kyriakou é conservador e tem ligações com Donald Trump; participa com o PIF, fundo saudita, em Antenna Greece BV. A transação envolve La Repubblica e outras mídias do grupo GEDI.

A posição de La Stampa também está em jogo, mas Kyriakou afirmou não ter interesse direto nesse título, que poderia ser vendido separadamente. Os diários são parte do histórico do GEDI, controlado pela família Agnelli por meio da Exor, que detém ainda participação relevante em The Economist. A presidência está com John Elkann Agnelli.

Os trabalhadores do GEDI temem redução de quadros e mudança na linha editorial se a venda avançar. A negociação foi estendida em dois meses, até o fim de janeiro, para evitar anunciar a venda antes de um marco de aniversário de La Repubblica e para assegurar garantias à equipe.

Detalhes da operação e interesses

Kyriakou já figura como figura pública na Itália apenas recentemente, tendo participado de uma cúpula de Estado em Qatar e atuando no Atlantic Council, think tank com participação de autoridades italianas. O grupo Antenna está apresentando capacidade de investimento próprio, sem participação do príncipe saudita, segundo comunicação oficial.

As possíveis mudanças estruturais causam especulações sobre o destino de Sky Italia e do portfólio de rádios do grupo. A运营 de Antenna inclui 37 canais em diversos países, com foco em audiovisual, e as rádios do grupo teriam comportamento lucrativo que fundamenta o interesse pela entrada no mercado italiano.

Reação e contexto local

A venda é cercada de tensões políticas e sindicais. O governo italiano tem acompanhado de perto o processo e pediu transparência para garantir que não haja interferência de atores externos à UE. Em sentidas contestações, o Embaixada da Rússia manifestou-se favorável à mudança, em tom crítico à imprensa atual que era contrária a Moscou.

As redações proclamam dias de greve e pressionam por uma cláusula social de salvaguarda para manter empregos, linha editorial e evitar revenda rápida. O comitê de redacção destaca que Elkann ainda não sinalizou tais garantias, o que motiva mobilizações para assegurar proteção aos 1.300 empregos.

Repercussos e simbolismo regional

La Stampa representa uma tradição de Turin e do Piemonte, com forte identidade regional, enquanto La Repubblica é símbolo de esquerda e referência editorial desde a sua fundação. A possível alteração de dono intensifica o choque entre tradição jornalística e mudanças de mercado.

O governo já recebeu representantes dos trabalhadores para discutir garantias, mas reconhece limitações de influência sobre o processo. Em paralelo, a comunidade jornalística acompanha com atenção os próximos passos, principalmente a confirmação de condições trabalhistas e a independência editorial.

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