- O kimchi chinês está sendo vendido no mercado interno a cerca de 1.700 won por kg, comparado a cerca de 3.600 won por kg para o kimchi feito na Coreia, elevando as importações.
- Nos primeiros dez meses deste ano, a Coreia do Sul importou 159 milhões de dólares em kimchi, quase tudo vindo da China, enquanto exportou 137 milhões de dólares.
- A crise climática aumenta o custo do repolho, principal ingrediente do kimchi, prejudicando produtores e elevando custos de produção.
- A associação de kimchi lançou um programa de vales de 1.280 won por kg para restaurantes que adotem kimchi produzido localmente, além de outras medidas para estimular o uso de kimchi coreano.
- Setores produtores, em sua maioria microempresas, enfrentam competição com produção em larga escala da China e sinalizam necessidade de melhorias na armazenagem, armazenamento e vida útil do produto para exportação.
A Coreia do Sul está enfrentando uma reestruturação no mercado de kimchi, o prato nacional. Dados recentes apontam que o kimchi fabricado na China é vendido a cerca de 1.700 won por quilo no mercado interno, enquanto o produzido localmente fica em torno de 3.600 won. A diferença de preços tem impulsionado as importações, ampliando o superávit comercial dessa iguaria.
O câmbio de consumo acompanha a evolução do setor: mais restaurantes recorrem a kimchi importado para reduzir custos, enquanto a demanda por versões comerciais brasileiras cresce. Em termos de comércio externo, os primeiros dez meses do ano registraram importações de aproximadamente 159 milhões de dólares, quase todo originário da China, com exportações de 137 milhões de dólares.
Especialistas apontam que o custo do repolho, principal insumo, subiu devido à crise climática. Isso eleva as margens de produção e pressiona os produtores locais a buscar alternativas para manter a oferta. O setor tem buscado respostas com medidas de apoio, como linhas de cultivo mais resistentes e armazenamento aprimorado.
O impacto é mais sentido entre microempresas: cerca de 75% dos fabricantes de kimchi na Coreia operam com quatro ou menos funcionários. A competição com produção em larga escala na China dificulta margens e investimentos. Neste cenário, o setor vem promovendo ações para incentivar o consumo de kimchi feito no país.
Medidas e perspectivas
Além de incentivar restaurantes a utilizar kimchi local, associações do setor lançaram um programa de vouchers. Estabelecimentos selecionados recebem 1.280 won por quilo para migrar de volta ao produto nacional. A proposta inclui ainda avaliações tarifárias antecipadas sobre importações para ampliar o escrutínio de preços declarados.
O governo sul-coreano afirma buscar bases sólidas para o crescimento sustentável da indústria, com ações que vão desde o etiquetado voluntário até apoio a agricultores de repolho, previsões climáticas e pesquisa para ampliar a vida útil do kimchi exportado. A qualidade do kimchi doméstico é destacada como principal diferencial competitivo.
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