- Tenda vê a área de casas pré-fabricadas da Alea como um extra e busca reduzir seu peso no balanço para elevar o valor da ação.
- O breakeven da Alea não ocorreu em 2025 e a subsidiária ainda gera queima de caixa de R$ 175 milhões.
- Plano reduz a atuação da Alea de sete regiões para três, com foco na verticalização das operações para enfrentar a escassez de mão de obra.
- A ideia é transformar a Alea em uma “opcionalidade” para o investidor; se o mercado atribuir baixo risco à Alea, o preço da ação pode subir até cerca de 60%.
- A gestora Good Karma Partners detinha 6,97% da Alea em dezembro de 2024 por R$ 80 milhões; hoje os múltiplos da Tenda ficam abaixo de pares, com P/L projetado para 2026 em 5,7x.
A Tenda avalia que o turnaround no negócio de baixa renda foi bem-sucedido, cinco anos após a pandemia. A margem bruta já superou o patamar anterior, passando de 30% no pior momento para 35% no terceiro trimestre de 2025. Ainda assim, as ações operam abaixo de pares, com múltiplo de 5,7 vezes para 2026, ante 9,0 vezes de Cury e Direcional.
A companhia aponta o peso da subsidiária de casas pré-fabricadas, Alea, como entrave para a valorização. O breakeven da divisão não ocorreu em 2025 e a Alea ainda consome caixa de R$ 175 milhões. O objetivo é reduzir esse consumo até apagar o peso da subsidiária no balanço.
A Tenda apresentou um plano de reformulação que reduz a atuação da Alea de sete para três regiões e prevê a verticalização das operações. A empresa vê a Alea como uma option de maior potencial no futuro, o que poderia elevar o valor da ação se o mercado não atribuir risco negativo a ela.
Plano da Alea e o caminho para o upgrade das ações
Rodrigo Osmo, CEO, diz que a estratégia pode equalizar os múltiplos da Tenda com os pares e impulsionar o preço. Em março, ele mencionou aos investidores a possibilidade de a Alea virar um ativo de segunda linha, gerando 60% de ganho potencial no valor da companhia.
O gestor destaca que a Alea poderia se tornar uma participação com valor adicional para o investidor que olha principalmente a Tenda. A narrativas apontam que a área de casas pré-fabricadas pode ganhar peso diante da crise de mão de obra na construção civil.
A Alea tem foco em casas pré-fabricadas, um segmento com espaço de crescimento, segundo a gestão. O setor ainda representa boa parte do mercado brasileiro de moradias, sem concorrentes com capital aberto atuantes nessa frente atualmente.
Olhar de longo prazo e parceiros
A gestora Good Karma Partners ampliou participação na Alea em 2024, com aquisição de quase 7% do capital por about R$ 80 milhões. Na época, avaliou a subsidiária em R$ 1,17 bilhão, o que representava uma parcela relevante do valor da Tenda.
Mesmo com otimismo no longo prazo, a empresa mantém cautela no curto prazo. O breakeven da Alea foi adiado para 2027, mantendo a visão de que o ativo pode ser entendido como investimento até lá.
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