- Especialista em demografia afirma que preocupações com envelhecimento da população são exageradas e que há grandes oportunidades na chamada “economia prateada”, com adultos idosos saudáveis e ativos.
- Dois terços dos países já têm taxa de fertilidade abaixo do nível de reposição, tornando o envelhecimento quase inevitável, segundo a professora Sarah Harper.
- A principal oportunidade está em aproveitar a saúde e a educação cada vez maiores de pessoas entre cinquenta e setenta anos, com necessidade de novas formas de viver e trabalhar.
- Medidas como retratamento de trabalhadores, trabalho flexível e redução de desigualdades em saúde e educação são apontadas como essenciais para que idosos contribuam mais.
- Projeções do Reino Unido mostram crescimento populacional impulsionado pela migração e envelhecimento, com 27% da população com 65 anos ou mais até 2072; a necessidade de creche de qualidade é destacada como chave.
A pesquisadora Sarah Harper, da Oxford Institute of Population Ageing, defende que a sociedade ainda não reconhece as oportunidades da população mais velha. Ela aponta que dois terços dos países já têm fertilidade abaixo do nível de reposição, tornando o envelhecimento inevitável.
Harper afirma que o envelhecimento traz ganhos, incluindo maior educação e saúde entre adultos de 50 a 70 anos. Segundo ela, é possível aproveitar esse grupo ativo para fomentar inovação e produtividade, desde que haja mudanças institucionais adequadas.
Para a especialista, o foco deve ser criar novas formas de viver e trabalhar, aproveitando o que chama de “amplo contingente de adultos saudáveis, ativos e criativos”. Ela ressalta a necessidade de retrabalho, flexibilidade e combate a desigualdades em saúde e educação.
A especialista observa que no Reino Unido a população tende a crescer devido à migração e ao envelhecimento, com previsão de que 27% tenha 65 anos ou mais até 2072. Ela compara o fenômeno a uma estrutura de arranha-céu, não mais um triângulo, por causa da mudança demográfica.
Harper destaca que oferecer creche de qualidade e acessível é chave para liberar o potencial de jovens e idosos, além de incentivar o prolongamento da vida laboral. A autora sugere que reformar a aposentadoria vinculado a contribuições pode evitar impactos sobre os mais pobres.
Ela compara a evolução de participação feminina no mercado de trabalho a uma mudança já consolidada, defendendo que o mesmo caminho pode ocorrer com a atuação de pessoas mais velhas. A ideia é manter competências em uma economia baseada no conhecimento sem depender apenas da juventude.
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