- Bulgária deverá adotar o euro em 1 de janeiro, tornando-se o 21º país da zona do euro.
- A decisão ocorre em meio a turbulência política interna e a temores de desinformação ligada à Rússia, que, segundo críticos, pode abalar a confiança na moeda.
- Uma pesquisa recente aponta 51% de apoio à entrada, 45% contra, refletindo divisão no país.
- O período de transição prevê uso simultâneo de lev e euro até 31 de janeiro, quando passam a ocorrer apenas pagamentos em euro.
- Mesmo com receios, há perspectivas de benefício econômico a longo prazo, apesar de preocupações com inflação, especialmente entre áreas rurais e idosos.
Bulgaria se prepara para adotar o euro em 1º de janeiro, em meio a turbulência política interna e a preocupação com desinformação associada a ações aliadas à Rússia. O país de 6,5 milhões de habitantes integrará a zona do euro, tornando-se o 21º membro.
A expectativa é que a adesão fortaleça a economia do que é hoje a nação mais pobre da União Europeia e reforce a trajetória pró-ocidental. Autoridades comunitárias veem ganhos de comércio, investimento e renda real com a mudança.
Mesmo com o otimismo oficial, a população está dividida. Pesquisa do Ministério das Finanças aponta 51% favoráveis, 45% contrários, revelando cisma político e social sobre o tema.
Contexto político e social
Um debate acirrado levou a confrontos no parlamento em junho, quando a entrada no euro recebeu sinalverde da Comissão Europeia, mas gerou bloqueio por deputados de oposição ligada a pautas pró-Rússia.
Pesquisas de especialistas indicam que a cisão reflete uma crise política de longo prazo, com crises anuais, sete eleições desde 2021 e um grande desgaste institucional que alimenta o ceticismo em relação a reformas.
A pouco mais de uma semana da transição, analistas alertam que a inflação pode impactar o orçamento familiar, especialmente em áreas rurais e entre idosos, apesar de Bruxelas afirmar que não há evidência de alta generalizada de preços.
Perspectivas e vozes da população
Nencho e Maya Neshev, aposentados de Vidin, expressaram apreensão com a inflação e o orçamento familiar durante o período de transição, questionando como proceder com a nova moeda.
Elena Vasileva, engenheira de 26 anos de Hisarya, teme perder parte da identidade nacional com a substituição do lev pelo euro, símbolo histórico de longa data no país.
Victor Papazov, economista e aliado ao movimento anti-EU Revival, declarou que a adoção é problemática e pode trazer impactos negativos aceleradamente. Líderes do Revival criticam a mudança.
Maria Valentinova, farmacêuta de Sofia, vê benefícios a longo prazo para a economia e celebra a participação do filho menor na realidade da zona do euro.
Observação sobre a transição
Até 31 de janeiro, bulgares poderão usar lev e euro, com ênfase no uso exclusivo do euro a partir desta data. Especialistas esperam que a transição se normalize nas semanas seguintes, dependendo da adaptação do público.
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