Crianças e adolescentes buscam apoio emocional em inteligência artificial, aponta pesquisa

Em um cenário onde a tecnologia se torna cada vez mais presente, um novo relatório revela que 39% das crianças brasileiras utilizam inteligência artificial (IA) em busca de companhia. O estudo, intitulado "The AI Generation: How kids and teens are using AI tools", foi divulgado pela empresa de cibersegurança Gen e realizado entre 30 de abril e 8 de maio de 2025, com 1.001 adultos. A pesquisa destaca que 67% dos pais afirmam que seus filhos usam o ChatGPT, a ferramenta de IA mais popular entre os jovens.

Os dados mostram que 64% dos pais acreditam que a IA pode ser benéfica para o aprendizado e a criatividade de seus filhos. No entanto, 33% expressam incerteza sobre as vantagens que a tecnologia traz para o desenvolvimento infantil. Essa divisão gera um alerta sobre a desconexão entre a experiência dos filhos e a compreensão dos adultos sobre a tecnologia.

A Busca por Companhia

O dado mais impactante do relatório é que 39% das crianças estão recorrendo à IA em busca de companhia, sugerindo que muitos jovens veem essas ferramentas como uma fonte de acolhimento. A IA, com sua disponibilidade constante e respostas pacientes, pode se tornar uma presença quase terapêutica para crianças que se sentem solitárias ou têm dificuldades de comunicação.

Catherine Dunlop, Vice-Presidente Sênior de Parcerias Corporativas da Discovery Education, enfatiza a necessidade de capacitar os alunos com habilidades digitais. Ela destaca que, ao promover a alfabetização digital, é possível preparar os jovens para se destacarem em suas vidas acadêmicas e pessoais.

O Papel dos Pais

Diante desse cenário, os pais são incentivados a se manterem informados e envolvidos. O relatório Connected Kids sugere que proibir o uso da tecnologia não é a solução. Em vez disso, recomenda-se criar espaços seguros para conversas e cultivar a escuta ativa. Algumas ações que podem ser adotadas incluem:

1. Conversar desde cedo sobre comportamento online e segurança.
2. Utilizar ferramentas de controle parental para definir limites de tempo de tela.
3. Ensinar as crianças a reconhecer sinais de alerta em situações de cyberbullying ou manipulação.
4. Modelar o uso saudável da tecnologia, mostrando um exemplo positivo.
5. Manter-se envolvido e curioso sobre as atividades online dos filhos.

A inteligência artificial é uma realidade que veio para ficar, mas nenhuma tecnologia substitui o vínculo humano. O que as crianças estão tentando comunicar ao buscar companhia na IA é uma questão que merece atenção.