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12 de ago 2025

Universidades adotam bônus regional no vestibular para reduzir evasão escolar

Decisão do STF gera reações diversas nas universidades federais sobre o bônus regional, afetando o acesso ao curso de medicina em diferentes regiões

Luís Henrique, 20, estudante do 2º período de Medicina da Ufac, integra a última turma selecionada pelo Sisu com bônus regional (Foto: Sergio Vale/Folhapress)

Luís Henrique, 20, estudante do 2º período de Medicina da Ufac, integra a última turma selecionada pelo Sisu com bônus regional (Foto: Sergio Vale/Folhapress)

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Bônus regional em universidades federais enfrenta incertezas após decisão do STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a bonificação regional na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), gerando repercussões em outras instituições. O bônus, que visa ajudar alunos de áreas com menor desempenho no Enem a ingressar em cursos de medicina, foi suspenso na Universidade Federal de Rondônia (Unir), enquanto a Universidade Federal do Acre (Ufac) decidiu mantê-lo, criando um processo seletivo próprio.

Matheus Santiago, 22 anos, estudante de medicina na Ufac, destaca que, sem o bônus, sua entrada na universidade teria sido inviável. Ele observa que a medida contribuiu para a retenção de alunos, reduzindo a evasão. "As turmas sem o bônus perderam metade dos estudantes", afirma. O bônus regional, que adiciona pontos a candidatos de determinadas regiões, foi implementado para combater desigualdades no acesso ao ensino superior.

Após a decisão do STF, que considerou a bonificação territorial inconstitucional, a Unir suspendeu seu bônus de 18% para evitar questionamentos legais. O pró-reitor de Graduação, Josué Carvalho, lamenta a decisão, afirmando que a maioria dos alunos que ingressam em cursos de elite, como medicina, é de fora. "Estamos formando profissionais para outros estados", diz.

Ufac mantém bônus e cria processo seletivo próprio

A Ufac, por sua vez, optou por retirar o curso de medicina do Sisu e manter o bônus regional, que é de 15%. A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, defende que o STF não declarou a inconstitucionalidade da medida de forma geral. Ela ressalta que, antes do bônus, apenas 19,3% dos alunos de medicina eram acreanos, número que subiu para 49,8% após a implementação da política.

A evasão também foi um fator decisivo para a manutenção do bônus. Em 2013, a Ufac registrou um recorde negativo de abandono de alunos. "O bônus ajudou a reduzir esse problema", afirma Damasceno. A universidade busca alternativas para garantir o acesso de estudantes locais, considerando as disparidades educacionais entre as regiões do Brasil.

Luís Henrique, 20 anos, estudante da Ufac, destaca que o bônus foi crucial para sua aprovação. Ele enfrentou dificuldades durante o ensino médio e acredita que, sem a bonificação, não teria conseguido ingressar no curso. A Ufac, ao manter o bônus, reafirma seu compromisso com a formação de profissionais que atendam às necessidades da região.

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