03 de jul 2025

Astrônomos identificam objeto interestelar no Sistema Solar pela primeira vez
Astrônomos investigam o objeto interestelar A11pI3Z, que pode revelar segredos sobre a origem de corpos celestes desconhecidos.

Objeto A11pl3Z no centro da imagem, em registro feito pelo engenheiro David Rankin, do programa Catalina Sky Survey, na Universidade do Arizona (Foto: David Rankin/Observatório Saguaro via The New York Times)
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Pela terceira vez, astrônomos detectaram um objeto interestelar no Sistema Solar, chamado temporariamente de A11pI3Z. Localizado entre as órbitas do cinturão de asteroides e Júpiter, o objeto não representa risco à Terra. O primeiro conhecido foi Oumuamua, em 2017, seguido pelo cometa Borisov, em 2019.
Na última terça-feira, um telescópio no Chile avistou A11pI3Z, inicialmente identificado como um asteroide desconhecido. O telescópio faz parte do Sistema de Alerta de Impacto Terrestre de Asteroides (Atlas), um projeto da NASA que monitora objetos que possam colidir com nosso planeta. Observações subsequentes indicaram que sua órbita pode ser incomum e possivelmente interestelar, conforme relatou Larry Denneau, coinvestigador do Atlas.
Um astrônomo amador, Sam Deen, identificou A11pI3Z em imagens do Atlas, permitindo cálculos mais precisos de sua trajetória. Matthew Payne, diretor do Minor Planet Center, afirmou que a confirmação de que o objeto é interestelar está se tornando quase certa. O brilho do A11pI3Z é surpreendente, levantando questões sobre sua natureza.
Avi Loeb, astrofísico de Harvard, destacou que se a superfície for escura, o objeto deve ser grande, com cerca de 20 quilômetros de largura, o que o tornaria maior que Oumuamua. Essa possibilidade é intrigante, pois sugere que muitos outros objetos do tamanho de Oumuamua deveriam ter sido observados. A11pI3Z pode ser um cometa, como Borisov, cujo brilho é resultado da luz solar refletida em uma pluma de gás e poeira.
A questão sobre a natureza do A11pI3Z deve ser respondida em breve, com telescópios se voltando para ele. Se for um cometa, uma cauda será visível. Astrônomos terão meses para estudá-lo, analisando elementos e moléculas em sua superfície. O telescópio James Webb poderá medir o calor emitido pelo objeto, permitindo inferências sobre sua forma.
A11pI3Z não representa risco de colisão com a Terra, pois, em sua passagem mais próxima do Sol, estará a milhões de quilômetros de distância. O Observatório Vera C. Rubin, que começará a escanear o céu do hemisfério sul, deverá detectar mais objetos interestelares. A detecção de A11pI3Z, por ser brilhante, promete fornecer dados valiosos para a comunidade científica.
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