26 de jun 2025


Cresce o cultivo de cocaína na Colômbia e mercado global atinge recordes históricos
Produção de cocaína atinge recorde em 2023, com aumento de 34% e intensificação da violência no tráfico, especialmente no Equador.

Agricultor caminha por uma plantação de folhas de coca no município de Argélia, na Colômbia (Foto: Joaquín Sarmiento - 5.mai.2025/AFP)
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O mercado global de cocaína alcançou níveis recordes em 2023, conforme relatório da ONU divulgado nesta quinta-feira (26). A produção atingiu 3.708 toneladas, um aumento de 34% em relação ao ano anterior, com a Colômbia permanecendo como a principal produtora. O número de usuários cresceu para 25 milhões, refletindo um aumento significativo no consumo, especialmente na América do Norte e Europa.
A violência relacionada ao tráfico também se intensificou, com destaque para o Equador, onde a taxa de homicídios saltou de 7,8 para 45,7 por 100 mil habitantes entre 2020 e 2023. O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) destacou que a produção de cocaína na Colômbia aumentou em áreas dominadas por grupos dissidentes da ex-guerrilha Farc, que não assinaram o acordo de paz.
Crescimento do Tráfico
O relatório indica que a área cultivada com coca na Bolívia se estabilizou, enquanto no Peru houve uma leve redução. Apesar de a Colômbia ser o principal produtor, os traficantes estão expandindo suas operações para novos mercados na Ásia e na África. A UNODC alertou que a violência do tráfico, antes restrita à América Latina, está se espalhando para a Europa Ocidental, com o aumento da influência de grupos criminosos dos Bálcãs.
As apreensões de cocaína também atingiram um recorde, com 2.275 toneladas confiscadas em 2023, 68% a mais do que nos quatro anos anteriores. O relatório revela que América do Norte, Europa Ocidental e Central e América do Sul continuam sendo os maiores mercados de cocaína, com base no número de usuários.
Impacto das Drogas Sintéticas
Além da cocaína, o mercado de drogas sintéticas também está em expansão. As apreensões de anfetamina, por exemplo, atingiram um recorde, representando quase metade de todas as apreensões globais de drogas sintéticas. O UNODC observou que a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria pode impactar a produção de captagon, uma droga sintética que se tornou um problema crescente na região.
Em 2023, 6% da população entre 15 e 64 anos utilizou alguma droga, um aumento em relação a 5,2% em 2013. A crescente aceitação da cocaína em sociedades mais ricas contribui para um ciclo vicioso de aumento no consumo e na produção, conforme destacado pela diretora de pesquisa da UNODC, Angela Me.
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