05 de fev 2025
Movimento busca restaurar a escuridão dos céus diante do aumento da poluição luminosa
O apagão de 1977 em Nova York revelou a Via Láctea, perdida por poluição luminosa. Atualmente, um terço da população global não vê mais a Via Láctea devido à luz artificial. A poluição luminosa afeta a fauna, desorientando aves e tartarugas marinhas. Comunidades como Crestone, Colorado, adotam medidas para preservar o céu noturno. A União Europeia implementa políticas para mitigar a poluição luminosa e promover astroturismo.
Foto: Reprodução
Ouvir a notícia:
Movimento busca restaurar a escuridão dos céus diante do aumento da poluição luminosa
Ouvir a notícia
Movimento busca restaurar a escuridão dos céus diante do aumento da poluição luminosa - Movimento busca restaurar a escuridão dos céus diante do aumento da poluição luminosa
Em uma noite de 13 de julho de 1977, uma série de raios causou um apagão em Nova York, fazendo com que as luzes da cidade se apagassem e permitindo que os moradores vissem a Via Láctea pela primeira vez em décadas. Joe Rao, meteorologista e astrônomo amador, recorda que nunca havia visto um céu tão estrelado. Atualmente, cerca de um terço da população mundial, incluindo 80% dos norte-americanos, não consegue mais observar a Via Láctea devido à poluição luminosa, que aumenta em média 10% ao ano.
A poluição luminosa, que se refere ao brilho do céu noturno causado por fontes de luz artificiais, impacta negativamente diversas espécies. Nos Estados Unidos, até um bilhão de aves morrem anualmente ao colidirem com edifícios, atraídas por luzes brilhantes. Além disso, a desorientação causada por luzes artificiais afeta insetos e o desenvolvimento das folhas de árvores. Um estudo de 2017 revelou que a poluição luminosa ameaça 30% dos vertebrados e mais de 60% dos invertebrados noturnos.
Apesar dos desafios, há esperança. O pequeno município de Crestone, no Colorado, desligou suas luzes de rua em 2020 devido à falta de recursos, resultando em um céu estrelado que os moradores decidiram preservar. Ruskin Hartley, CEO da DarkSky International, afirma que soluções simples podem reduzir a poluição luminosa, como manter as luzes baixas e direcionadas. Desde 2000, 20 legislações sobre a mitigação da poluição luminosa foram introduzidas em nove países da União Europeia, incentivando a adoção de medidas que podem trazer benefícios econômicos e turísticos.
Embora mudanças positivas estejam ocorrendo, a luta contra a poluição luminosa continua. Hartley observa que até mesmo em áreas remotas, como o deserto do Atacama no Chile, a luz artificial está se espalhando. Joe Rao, agora com 68 anos, expressa preocupação com o futuro dos céus escuros, questionando se as próximas gerações terão a oportunidade de ver um céu estrelado. Contudo, o movimento para salvar a escuridão ainda oferece uma esperança tênue de um futuro repleto de estrelas.
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.