Ramadan começa com a lua crescente; entenda as variações na data de início mundialmente

Cerca de um quarto da população mundial deve iniciar o Ramadan neste fim de semana, um mês sagrado para os muçulmanos, caracterizado pela abstinência de alimentos e bebidas do amanhecer ao pôr do sol. Embora haja uma expectativa sobre a data de início, a confirmação oficial pode ocorrer apenas algumas horas antes, e a observância varia globalmente, com diferenças até entre mesquitas na mesma cidade. A unidade entre os muçulmanos reside na observação da nova lua no nono mês do calendário islâmico, que, por exemplo, deve ser visível na Arábia Saudita na noite de 28 de fevereiro, iniciando o Ramadan em 1º de março.

A complexidade na determinação da data de início do Ramadan se deve a uma combinação de fatores, como avistamentos astronômicos, geografia, tradições locais e até condições climáticas. Segundo o professor Scott Kugle, da Universidade Emory, não existe uma autoridade central no Islã, o que resulta em variações significativas nas datas de início. Isso gera uma expectativa intensa na semana anterior ao Ramadan, com muitas pessoas se preparando para a festividade, sem saber exatamente quando começará.

O calendário islâmico é lunar, com meses de 29 ou 30 dias, resultando em um ano de 354 ou 355 dias. Isso faz com que o Ramadan ocorra cerca de 10 a 12 dias mais cedo a cada ano no calendário gregoriano. Além disso, a latitude influencia a experiência do jejum, com muçulmanos próximos ao equador tendo dias de jejum mais uniformes, enquanto aqueles em regiões mais extremas enfrentam desafios significativos devido às longas horas de luz ou escuridão.

Apesar das complicações, o Ramadan é um período de renovação espiritual compartilhado por todos os muçulmanos, independentemente de suas diferenças sectárias. A quebra do jejum é um momento de união, onde tradições culinárias específicas surgem, e a rotina diária é transformada. Kugle destaca que é uma oportunidade para refletir sobre onde se coloca a energia e como se vive a vida, promovendo uma conexão mais profunda entre os indivíduos e suas comunidades.