Mario Vargas Llosa: legado literário e político do Nobel que moldou a literatura peruana

Mario Vargas Llosa, vencedor do Nobel de Literatura em 2010, faleceu em sua casa em Lima, Peru, aos noventa anos. Sua morte, ocorrida no último domingo, provoca reações de escritores e intelectuais que refletem sobre seu impacto na literatura e na política.

Diversos autores destacam o legado literário de Vargas Llosa, ressaltando como suas obras influenciaram gerações. O escritor colombiano Juan Gabriel Vásquez afirmou que Vargas Llosa foi fundamental para moldar a vocação literária de muitos, enquanto Jeremías Gamboa elogiou sua capacidade de criar mundos complexos e instigantes. Gustavo Faverón o descreveu como o fundador da ideia de ser um novelista peruano universal.

No campo político, Vargas Llosa se destacou como um intelectual engajado, criticando regimes autoritários e defendendo a democracia. Gamboa mencionou sua luta contra o golpe de Estado de Alberto Fujimori em 1992, enquanto Juan Manuel Robles ressaltou sua evolução política, que o levou a se alinhar com a direita. A antropóloga indígena Solischa Secca Noa reconheceu seu legado literário, mesmo discordando de suas posturas políticas.

Vargas Llosa foi um dos autores mais traduzidos do espanhol, com obras publicadas em mais de trinta idiomas. Sua trajetória inclui conferências em instituições renomadas, como Harvard e Oxford. Apesar das controvérsias políticas, sua contribuição à literatura e ao pensamento crítico latino-americano permanece como um marco importante do século XX.