25 de abr 2025

Malcom Ferdinand propõe uma ecologia decolonial que une justiça social e ambiental
Malcom Ferdinand propõe uma ecologia decolonial, unindo justiça social e preservação ambiental, desafiando visões coloniais.
Foto:Reprodução
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A intersecção entre a luta ambiental e a justiça social é frequentemente debatida, mas raramente abordada de forma integrada. O martinicano Malcom Ferdinand propõe uma nova abordagem, a ecologia decolonial, que une a preservação ambiental à dignidade dos povos marginalizados. Seu livro, Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho, foi lançado no Brasil pela editora Ubu.
Ferdinand, que possui formação em ciência política e engenharia ambiental, critica a ideia de que é possível salvar o meio ambiente sem considerar as injustiças enfrentadas por povos oprimidos. Ele argumenta que a ecologia colonial ignora a relação entre humanos e não-humanos, tratando a preservação ambiental de forma despolitizada. "Se você pensa ‘devo preservar esta montanha, mas não ligo para quem vive lá’, está reproduzindo a ecologia colonial", afirma.
Desafios da Ecologia Colonial
O autor destaca que a colonização não se limitou ao controle de terras e pessoas, mas impôs um modo de vida violento e misógino. A exploração da terra para lucro máximo e a desumanização de povos indígenas são exemplos dessa lógica. Ferdinand defende que a ecologia decolonial deve unir a luta por emancipação e dignidade com a preservação ecológica.
Ele critica a visão de que a luta de classes é suficiente para explicar todas as formas de opressão. Para Ferdinand, a desumanização de povos indígenas não pode ser reduzida apenas a questões de classe. Ele enfatiza a necessidade de aprender com pensadores indígenas e outras cosmogonias que reconhecem a interdependência entre todas as formas de vida.
O Papel do Brasil
O Brasil desempenha um papel crucial nessa luta, dada sua importância ecológica e histórica. Ferdinand observa que as políticas sociais e a voz do Brasil em fóruns internacionais são fundamentais para avançar na justiça ambiental. Ele critica a ideia de que o crescimento econômico deve ocorrer à custa do meio ambiente, afirmando que a desigualdade extrema é o verdadeiro problema.
Ferdinand conclui que a responsabilidade de agir não deve recair apenas sobre os jovens, mas também sobre adultos em posições de poder. "Se não agirmos, que exemplo estamos dando para os jovens?", questiona. A ecologia decolonial propõe um novo olhar sobre a relação entre sociedade e natureza, buscando justiça para todos os seres vivos.
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