- Pistolas passaram de 25% para 36% das apreensões entre 2018 e 2023 no Sudeste, diante da redução de revólveres de 42% para 37,6%.
- Os revólveres ficaram com 37,6% do total no mesmo período.
- Fuzis subiram de 1,6% para 2,9% e submetralhadoras de 0,7% para 1,4%.
- Armamentos mais novos entram mais rápido, com os CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) apontados como fator influente.
- A troca de calibre de 38 para 9 mm é destacada pelos pesquisadores, associada aumentos de letalidade e de bala perdida.
Nos últimos cinco anos, o crime organizado no Sudeste brasileiro passou a usar armas mais modernas. O estudo do Instituto Sou da Paz analisou apreensões na região entre 2018 e 2023 e constatou uma expansão de pistolas em relação aos revólveres. A mudança ocorreu de forma contínua nesses estados.
Entre 2018 e 2023, as pistolas passaram de 25% para 36% do armamento apreendido pelo crime organizado. Os revólveres caíram de 42% para 37,6% no mesmo período. Fuzis e submetralhadoras também registraram aumento, de 1,6% para 2,9% e de 0,7% para 1,4%, respectivamente.
Os dados abrangem São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A pesquisa aponta que armas mais novas chegam ao crime com maior rapidez, facilitando a atualização do arsenal utilizado por criminosos. O conjunto indica uma tendência de modernização do mercado de armas na região.
Mudança no perfil de armas
Especialistas ressaltam a substituição do calibre 38 pela 9 mm, considerada mais letal e propensa a gerar balas perdidas. A análise do Sou da Paz aponta que esse movimento apresenta impacto direto na letalidade dos confrontos e na segurança pública.
Outros itens com aumento nas apreensões entre 2018 e 2023 incluem fuzis (de 1,6% para 2,9%) e submetralhadoras (de 0,7% para 1,4%). Apesar de ainda menos comuns que pistolas e revólveres, esses armamentos de grosso calibre passam a compor parte do arsenal capturado.
Um dos fatores apontados pelo estudo é o maior acesso a armamentos por caçadores, atiradores esportivos e colecionadores (CACs). Em Espírito Santo, por exemplo, armas com fabricação de até dois anos foram de 33 unidades em 2018 para 200 em 2023.