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Dave the Potter finalmente se torna um artista completo

Museu de Boston devolve obras de David Drake aos herdeiros, reconhecendo-o como artista pleno e corrigindo injustiça histórica na gestão de seu legado

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
Left: Dave Drake (or Dave the Potter), Jar, 1857. Right: Dave Drake (or Dave the Potter), Storage jar, 1857 Jar: Ethically borrowed from the Dave the Potter Legacy Trust LLC, established for the benefit of the artist's descendants Photograph: © Museum of Fine Arts, Boston. Storage jar: John H. and Ernestine A. Payne Fund, Otis Norcross Fund, Edwin E. Jack Fund, Elizabeth M. and John F. Paramino Fund in memory of John F. Paramino, Boston Sculptor, Harriet Otis Cruft Fund and Seth K. Sweetser Fund, from the descendants of David Drake. Photograph: © Museum of Fine Arts, Boston
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  • David Drake, conhecido como Dave the Potter, foi escravizado no início do século XIX e escreveu nomes e versos nas cerâmicas que produzia, desafiando a proibição de ler ou escrever para pessoas escravizadas.
  • Historiadores afirmam que ele não era plenamente reconhecido como artista durante sua vida, já que os benefícios econômicos de suas obras eram destinados a outros.
  • A ideia de que todo artista tem direito inalienável de possuir e lucrar com sua criação é discutida ao longo do texto, citando a Convenção de Berna e o conceito de direitos autorais.
  • Após décadas, o Museu de Belas Artes de Boston devolveu duas jarros de Drake aos herdeiros, reconhecendo oficialmente Drake como artista e abrindo caminho para reparação histórica.
  • O episódio é visto como um passo para transformar propriedade em tutela e justiça reparativa, incentivando museus e colecionadores a reconhecer plenamente a identidade artística de Drake.

David Drake, conhecido como Dave the Potter, passa a ser reconhecido como artista completo. O Museu de Belas Artes de Boston devolveu duas jarros criados pelo ceramista enslaved e abriu caminho para o reconhecimento pleno de sua obra e direitos.

Nascido por volta de 1801 na Carolina do Sul, Drake produziu jarros de pedra-sabão com grande vigor técnico. Em uma época em que ensinar escravizados a ler era crime, ele gravou o próprio nome e versos nas peças, num ato de resistência e criação.

Os jarros, utilitários à época, carregavam sinais de talento e de afirmação de identidade. A obra de Drake mobiliza debates sobre propriedade intelectual, autoria e os benefícios econômicos gerados pela arte criada sob escravidão.

Reconhecimento histórico

Décadas após a morte, o mundo da arte e as instituições passaram a reconhecer a importância de Drake. Suas peças passaram a figurar em museus e a registrar valores altos em leilões, mas os lucros não retornavam à família.

A ação do MFA Boston, ao devolver as peças aos herdeiros, representa um marco de reparação histórica. A medida integra o conceito de propriedade e benefício sobre a criação artística, ampliando o entendimento de autoria.

Este movimento abre espaço para que coleções e colecionadores atuem como “curadores” da herança de Drake. A ideia é transformar propriedade em gestão responsável e reparação de injustiças históricas, mantendo a memória ativa.

Legado e continuidade

A devolução sinaliza que Drake é artista em pleno direito, não apenas em reconhecimento histórico. As obras passam a integrar o patrimônio dos descendentes, com participação na forma de beneficiar a herança artística.

George Fatheree, advogado e ativista, atuou para assegurar o retorno das peças aos herdeiros. O movimento reforça a necessidade de tratar a obra sob escravidão como parte integral da história da arte.

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