- Arnulf Rainer, figura central da vanguarda austríaca, morreu aos 96 anos em 18 de dezembro; a confirmação veio pela galeria Thaddaeus Ropac.
- Nascido em 1929, em Baden, Áustria, ficou conhecido pelas Übermalungen (sobreposições) que mesclam fotos, autorretratos e símbolos com gestos expressivos.
- Foi cofundador da Galerie nächst St Stephan, galeria que impulsionou a renovação da arte austríaca no pós-guerra.
- Suas obras confrontaram traumas do Holocausto e de Hiroshima; a pintura Hiroshima, de 1982, é um marco pelo uso de gestos violentos e marcas na tela.
- Teve reconhecimento internacional, com obras em MoMA (Nova York) e no Art Institute of Chicago, e representou a Áustria na Bienal de Veneza em 1978 e 1980.
Arnulf Rainer, figura central da vanguarda austríaca, morreu aos 96 anos. A informação foi confirmada pela galeria Thaddaeus Ropac em nota oficial, divulgando o falecimento em 18 de dezembro. O artista ficou conhecido por confrontar traumas históricos em sua obra.
Rainer cofundou a Galerie nächst St Stephan, espaço-chave para a renovação artística em Viena no pós-guerra. Sua atuação ajudou a abrir caminhos para artistas que buscavam alternativas ao meio artístico tradicional e conservador.
Nascido em Baden, Áustria, em 1929, ele se rebelsou contra as tradições acadêmicas ainda jovem. Largamente autodidata, mudou-se para Viena no final dos anos 1940, onde intensificou sua prática criativa em meio aos destroços da cidade.
Trajetória e linguagem visual
Seu amadurecimento ocorreu por meio das Übermalungen, pinturas sobrepondo fotografias, autorretratos e outras imagens com gestos agressivos. As marcas pintadas criam uma atmosfera de conflito psíquico e vulnerabilidade.
Entre as obras marcantes está Hiroshima, de 1982, que utiliza marcações contundentes para abordar o tema sem representar literalmente o evento. O retrato, muitas vezes distorcido, tornou-se espaço de questionamento existencial.
Rainer foi associado a correntes como Arte Bruta e Expressionismo Abstrato, mas manteve postura independente. Seu modo de trabalhar refletiu uma crítica ao consumismo de movimentos artísticos e uma recusa a rótulos fáceis.
A obra de Rainer integrou acervos de museus europeus e norte-americanos, incluindo MoMA e o Art Institute of Chicago. Representou a Áustria na Bienal de Veneza em 1978 e 1980, consolidando sua presença internacional.
A importância do artista está na insistência em enfrentar o desconforto, a mortalidade e a memória histórica. Em 1951, publicou o portfólio Perspectives of Destruction, que aborda Hiroshima e o Holocausto. Ele deixa esposa, Hannelore, e os filhos Clara e o marido Javier.
Entre na conversa da comunidade