Mais de 80 mil mortes são registradas em Gaza, segundo primeiro levantamento independente

Desde o início da guerra entre Hamas e Israel, a contagem de mortes em Gaza tem sido alvo de controvérsias. O Ministério da Saúde da Palestina, responsável por divulgar os dados, enfrenta críticas sobre a precisão das informações. Uma nova pesquisa independente, no entanto, estima que cerca de 84.000 pessoas morreram em Gaza entre outubro de 2023 e janeiro de 2025, com mais da metade sendo mulheres, crianças ou idosos.

A pesquisa, realizada em condições adversas, não se baseou nos dados do ministério. Os pesquisadores, em colaboração com o Centro Palestino de Pesquisa e Pesquisa de Políticas, entrevistaram 2.000 famílias em áreas representativas da Faixa de Gaza. Os dados coletados indicam que aproximadamente 75.200 mortes foram violentas, enquanto 8.540 foram causadas por fatores não violentos.

Os pesquisadores enfrentaram desafios significativos, como a impossibilidade de acessar áreas em conflito ativo, como o Norte de Gaza e Gaza City. Apesar disso, a equipe conseguiu realizar um levantamento detalhado, entrevistando adultos sobre a situação de seus familiares desde o início do conflito. Os entrevistados relataram o número de membros da família e o destino de cada um, se estavam vivos, mortos ou desaparecidos.

A pesquisa destaca que a saúde da população palestina, que era considerada boa antes da guerra, provavelmente se deteriorou ao longo do conflito. A situação se agravou após o término de um cessar-fogo de dois meses em março, com a destruição de infraestrutura crítica e o deslocamento de centenas de milhares de pessoas. A contagem de mortes da pesquisa é semelhante a estimativas anteriores, que indicavam 64.260 mortes violentas até junho de 2024, reforçando a necessidade de dados confiáveis em meio à crise.