China rompe relações com a República Tcheca após encontro de presidente com Dalai Lama

PRAGA — O governo da China anunciou a suspensão de todas as relações com o presidente tcheco Petr Pavel após sua reunião com o Dalai Lama em 27 de julho. O encontro, realizado durante uma visita privada à Índia, foi uma celebração do 90º aniversário do líder tibetano, que vive em exílio desde 1959.

A China considera o Dalai Lama um separatista e a reunião de Pavel como uma violação dos compromissos políticos entre os dois países. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que a ação "contraria seriamente os compromissos políticos assumidos pelo governo tcheco" e prejudica a soberania e a integridade territorial da China. O governo chinês expressou forte desaprovação e protestou formalmente contra a atitude do presidente tcheco.

Embora a presidência tcheca seja um cargo predominantemente cerimonial, a decisão da China reflete a tensão histórica entre os dois países, especialmente em relação ao apoio da República Tcheca ao Dalai Lama. O ex-presidente tcheco Vaclav Havel, conhecido por sua amizade com o líder tibetano, também havia sido um crítico da política chinesa em relação ao Tibete.

Atualmente, a China mantém relações com o governo tcheco como um todo, mas a suspensão das interações com Pavel marca um ponto de tensão significativo nas relações bilaterais. O Dalai Lama, por sua vez, continua a ser uma figura proeminente na luta pela autonomia do Tibete e na preservação da cultura tibetana no exílio.