Zelensky descarta ceder região do Donbas enquanto russos avançam novamente

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reafirmou que o país não aceitará qualquer proposta russa de ceder a região do Donbas em troca de um cessar-fogo. Zelensky fez essa declaração antes da reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin, marcada para esta sexta-feira, em Alasca. Ele alertou que tal concessão poderia servir como um ponto de partida para futuras ofensivas russas.

Zelensky criticou a cúpula, considerando-a uma "vitória pessoal" para Putin, que busca sair do isolamento internacional. O presidente ucraniano destacou que a Rússia já controla quase toda a Luhansk e cerca de 70% de Donetsk, e que os recentes avanços das tropas russas em áreas como Dobropillia são preocupantes. Ele mencionou que os combates têm se intensificado, com os russos avançando até 10 km em algumas frentes.

Preocupações com a Reunião

A reunião em Anchorage é vista com cautela por Kyiv e líderes europeus, que temem que Trump aceite mudanças territoriais forçadas. Zelensky enfatizou que qualquer acordo que não inclua a Ucrânia será considerado inválido. Ele também alertou que a narrativa russa de que a Ucrânia está perdendo força é uma estratégia para justificar suas ações.

O governo ucraniano está pressionando os Estados Unidos a não ceder às exigências russas, que incluem a renúncia ao fornecimento de armas ocidentais e a entrega de quatro regiões parcialmente ocupadas. Zelensky reiterou que a Ucrânia busca garantias de segurança e a continuidade do apoio militar ocidental.

Avanços no Campo de Batalha

Os combates no Donbas continuam, com as tropas russas, mais bem equipadas, avançando em setores estratégicos. Zelensky admitiu que os avanços russos têm ocorrido em "vários pontos", mas afirmou que as forças ucranianas estão preparadas para retaliar. Ele destacou que a defesa da integridade territorial é uma prioridade e que a retirada das forças ucranianas abriria espaço para novas ofensivas.

A Casa Branca descreveu a reunião como um "exercício de escuta" para Trump, que busca entender melhor como avançar nas negociações de paz. Apesar de suas declarações otimistas, o presidente americano minimizou as expectativas de que a cúpula resultará em avanços concretos. Zelensky, por sua vez, expressou suas dúvidas sobre a eficácia das discussões sem a participação da Ucrânia.