Tensão entre Colômbia e Peru aumenta após incidentes com avião e polícia

Tensões entre Colômbia e Peru aumentam após hasteamento de bandeira colombiana

Na manhã de segunda-feira, 23 de outubro, a ilha Chinería, localizada no extremo nororiental do Peru, foi palco de um incidente que intensificou as tensões entre Colômbia e Peru. A bandeira colombiana foi hasteada por Daniel Quintero, exalcalde de Medellín, em um ato que gerou forte reação do governo peruano.

Moradores locais relataram que civis colombianos chegaram à área em deslizadores e hastearam a bandeira em um mastro de bambu. O ato foi rapidamente classificado como provocador por autoridades políticas. Quintero, que é próximo do presidente colombiano Gustavo Petro e aspirante à presidência, publicou um vídeo nas redes sociais onde afirma: "De nenhuma maneira deixarei perder o rio Amazonas a mãos do Peru". Ele também criticou a perda de territórios em conflitos anteriores, como com Panamá e Nicaragua.

O governo peruano, por sua vez, reagiu com um comunicado enfatizando que tais ações não favorecem a convivência pacífica entre os países e desviam a atenção de questões de cooperação nas fronteiras. A situação se agrava com a negação de Petro sobre a soberania peruana sobre Santa Rosa de Loreto, um distrito próximo à tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru.

Reações e Consequências

O exalcalde de Santa Rosa de Loreto, Iván Noguera, manifestou sua indignação e afirmou ter contatado legisladores colombianos para declarar Quintero como persona non grata. "Pretendem gerar uma guerra para ficar no poder", disse Noguera, referindo-se a Petro.

Além disso, a tensão se intensificou com a violação do espaço aéreo peruano por um avião militar colombiano, que foi considerado uma grave violação de soberania. O Ministério das Relações Exteriores do Peru exigiu garantias para evitar novos incidentes.

As Forças Armadas peruanas intensificaram o patrulhamento na região de Santa Rosa de Loreto, enquanto a Comissão de Relações Exteriores do Congresso peruano convocou o chanceler Elmer Schialer para discutir o conflito territorial. A ordem é clara: não desejam mais surpresas.